Candidato à presidência do PT admite: “Para colocarmos 10 mil pessoas nas ruas a gente sua sangue”

O ex-prefeito Edinho Silva, candidato à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconheceu nesta sexta-feira (28) a dificuldade da esquerda em mobilizar militantes e a força social do bolsonarismo. Durante discurso em uma reunião interna do partido, Edinho fez alertas sobre o cenário político nacional e enfatizou a importância da reeleição de Lula em 2026.

“Se formos derrotados em 2026, será trágico. Será o avanço do fascismo”, afirmou Edinho, ao defender a necessidade de mobilização da militância petista para garantir a continuidade do atual governo.

Reconhecimento da base bolsonarista

Ao comentar o ato promovido por Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no último dia 16, Edinho classificou a manifestação como um “vexame”, comparando com a expectativa criada pelos organizadores. Ainda assim, admitiu que o ex-presidente mantém capilaridade social.

“Todos nós trabalhamos que o ato de Copacabana […] foi um vexame porque eles puseram 18 mil. Nós, para colocarmos 10 mil pessoas nas ruas, muitas vezes, a gente sua sangue. Portanto, temos que reconhecer que eles têm base social, sim”, declarou.

A fala revela uma visão pragmática por parte da liderança petista quanto à capacidade de mobilização da direita, mesmo após o desgaste político enfrentado pelo ex-presidente Bolsonaro.

Pós-Lula e fortalecimento do PT

Edinho também apontou para a necessidade de o PT se preparar para o cenário pós-Lula, defendendo a renovação e fortalecimento interno como estratégia para manter a hegemonia no campo da esquerda.

“O meu sucessor será o Partido dos Trabalhadores. Porque, se o PT estiver forte, o nome nós construímos”, afirmou, citando uma frase do próprio presidente Lula.

Presenças e articulação interna

O encontro reuniu lideranças históricas do PT, como o ex-ministro José Dirceu, além da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A reunião reforça a articulação política dentro da legenda para definir rumos estratégicos com vistas às eleições de 2026 e à reestruturação partidária para o período pós-Lula.

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