Exército da Venezuela reafirma lealdade a Maduro

O ministro da Defesa da Venezuela e chefe das Forças Armadas Nacional Bolivariana, Vladímir Padrino López, afirmou nesta 3ª feira (30.jul.2024) ter “absoluta lealdade e apoio incondicional” ao presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). Segundo Padrino López, o líder chavista foi legitimamente reeleito pelo poder popular e proclamado pelo poder eleitoral para o próximo período presidencial 2025-2031”. 

Segundo o chefe das Forças Armadas venezuelanas, os protestos registrados nos últimos 2 dias no país são “atos de terrorismo” e sabotagem promovidos por estrutura internacional para desacreditar o processo eleitoral.

“São expressões de ódio e irracionalidade que formam parte de um plano preconcebido por grupos políticos que sabiam que seriam derrotados. Além disso, comportam uma tentativa de golpe de Estado midiático, suportado pelas redes socais e apoiado pelo imperialismo norte-americano e seus aliados externos e internos”, afirmou o militar.

Desde que foi anunciada a vitória de Maduro nas eleições presidenciais realizadas no domingo (28.jul), uma série de atos questionando o resultado foram registrados em diversos lugares da Venezuela.

De acordo com o Ministério Público venezuelano, 759 pessoas foram presas, 48 policiais ficaram feridos e um membro da Guarda Bolivariana foi morto por arma de fogo. A ONG (organização não governamental) venezuelana Foro Penal calcula que 6 manifestantes foram mortos desde 2ª feira (29.jul).

Padrino López afirma que foram destruídos centros eleitorais, prédios públicos e privados, comandos militares e policiais, assim como “símbolos da identidade nacional, como o índio Coromoto, em Guanare, e esculturas do ex-presidente Hugo Chávez”.

“Os pseudolíderes e as organizações criminais que instam a seguir este caminho obscuro que quem não tem a razão, se escondem covardemente no estrangeiro para executar seus planos macabros. Muitos deles já foram plenamente identificados, capturados e processados judicialmente”, disse.

O chefe militar também pediu que a população “não caia em provocações nem manipulações que fomentem a violência e a intolerância”.

Impasse

O governo Maduro acusa parte da oposição e outros países de incitarem um golpe de Estado no país contra o resultado eleitoral. Por outro lado, parte da oposição, países e organismos internacionais, como a OEA (Organização dos Estados Americanos), questionam a lisura do pleito e pedem a publicação das atas que permitem que os votos sejam auditados.

Depois de o resultado ter sido anunciado, a líder da oposição María Corina Machado pediu uma ação das Forças Armadas. “O dever da Força Armada Nacional é fazer respeitar a soberania popular expressada no voto. E isso é o que nós, os venezuelanos, esperamos de cada um dos nossos miliares”, afirmou.

Segurança das urnas

Os votos computados nas urnas eletrônicas da Venezuela devem ser enviados por sistema próprio –sem conexão com a internet– para uma central que faz a totalização. Ao mesmo tempo, é impressa uma ata no local da votação e distribuída cópias para todos os fiscais.

Posteriormente, é feita uma verificação, por amostragem, para saber se os votos enviados pela urna eletrônica são os mesmos entregues aos fiscais. Há ainda a possibilidade de auditar as urnas com os votos impressos. Isso porque na Venezuela, além do voto eletrônico, há o voto em papel.

Porém, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) ainda não divulgou as atas que comprovam o resultado anunciado, que deu vitória a Maduro com 51,21% dos votos, contra 44% para Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) e 4,6% para os outros 8 candidatos.

Questionada pela Agência Brasil sobre quando e como os dados seriam disponibilizados, a assessoria de imprensa do CNE informou que “o Poder Eleitoral está atuando”.


Com informações da Agência Brasil.

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