Como Vilson Kleinubing se tornou prefeito de Blumenau (VIII)

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A campanha de Vilson cresceu muito devido a uma soma de estratégias. As apresentações públicas em comícios e reuniões se constituíam num programa atrativo para os eleitores. Kleinubing era especialmente hábil na comunicação com o público e o Vice Sasse era mostrado como um garantidor da confiabilidade da futura administração. As músicas eram ouvidas nas ruas, cantadas por crianças.

Na televisão

Hiram Pessoa de Melo no seu livro “Ganha quem erra menos”, transcreve a fala de Kleinubing na abertura do primeiro programa de campanha na TV: “Eu não tive a oportunidade de decidir onde nasceria. Se tivesse essa condição, com toda a certeza, teria elegido Blumenau como minha cidade natal. Porém, sinto-me blumenauense de alma e coração, porque compartilho os mesmos valores que todos os blumenauenses tanto prezam: o trabalho, a honestidade, a integridade, os valores familiares. Com muito orgulho, sou blumenauense de alma e coração”. 

Vilson conseguia tratar de assuntos tão sérios assim, transmitindo franqueza e emoção. E tinha também habilidade com assuntos variados e muitas vezes engraçados, acrescentando mais leveza aos programas eleitorais da TV que sempre abriam espaço para brincadeiras, para um tipo de graça bem ao gosto da gente de Blumenau.

O sucesso do “Zé Galera” blumenauense

Naquela época fazia sucesso um programa de humor da Globo no qual, em um dos quadros, Jô Soares encarnava o personagem “Zé da Galera” que usava uma cabine telefônica (o velho orelhão) para reclamar do técnico Telê Santana, porque a seleção não tinha pontas. Na campanha de Vilson, colocamos no orelhão um cara desconsolado, mas muito divertido, que, ao estilo do Galera, ligava para a Prefeitura dizendo, por exemplo, para pôr água nas torneiras. Naquele tempo havia uma crônica falta de água em diversas áreas da cidade. Um sucesso.

Jô Soares no programa da Globo que inspirou quadro na propaganda de Kleinubing na TV. (Imagem: Geraldo Modesto/TV Globo)

Kleinubingmania toma conta de Blumenau

O fato, inequívoco, é que havia se criado um grande entusiasmo popular com a já provável eleição de Vilson Kleinubing. De repente, parecia que ele estava em todo lugar, e não apenas ela razão de que, de fato, ele estava ainda, incansavelmente, buscando algum último eleitor de quem ele apertaria a mão e a quem pediria o voto. Não era só essa sua movimentação e de seus cabos eleitorais, das centenas de carros com adesivos, dos programas eleitorais com altíssima audiência. Era mais.

Todo mundo falava dele – a imensa maioria a favor, com simpatia, e ainda muitos contra ele, criticando, falando mal. Fatos inusitados, como a expulsão de um candidato do PT a Vereador que apoiava Kleinubing, encorpavam a sensação de que havia se criado uma onda avassaladora.

Até aqui, candidato?

Charge do antigo Jornal de Santa Catarina

Vilson Kleinubing estava em todos os lugares, em todas as conversas. Até no einsbein do jornalista e marceneiro Carlos Tonet. 

Próximo capítulo

Nossas câmeras capturando o sentimento do eleitor. “Plano Sequência”, uma estratégia fulminante.

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