“Nada de anormal”, diz Lula sobre processo eleitoral na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (30.jul.2024) que “não há nada de grave, de anormal” no processo eleitoral da Venezuela. O presidente Nicolás Maduro foi reeleito e se autoproclamou vencedor, apesar de a oposição acusar fraude e questionar o resultado. Segundo o petista, a Justiça deve decidir.

“Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a 3ª Guerra Mundial. Não tem nada a de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e justiça faz”, afirmou a entrevista exclusiva à afiliada da TV Globo do Mato Grosso.

Lula declarou “estar convencido” de que foi um processo “normal”, mas disse que é preciso esperar os dados eleitorais completos e que estes sejam consagrados como verdadeiros para reconhecer o resultado.

“É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, afirmou.

“Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela”, continuou.

O petista afirmou também que há uma proposta de uma nota conjunta entre Brasil, México e Colômbia sobre o tema. Disse ainda que é preciso acabar com a ingerência externa na Venezuela e que Maduro sabe que precisa de transparência para governar o país “com tranquilidade”.

“Não acho que é necessária muita coisa não. É necessário apenas o seguinte: presidente Maduro sabe perfeitamente bem que, quanto mais transparência houver, mais chance ele terá de ter tranquilidade para governar a Venezuela. Porque nós, eu enquanto cidadão do planeta Terra, cidadão brasileiro, enquanto presidente, acho que é preciso acabar com a ingerência externa nos outros países. Venezuela tem o direito de construir o seu modelo de crescimento e de desenvolvimento sem que haja um bloqueio. Um bloqueio que mata Cuba há 70 anos, que penaliza o Irã, a Venezuela. Cada um constrói o seu processo democrático, cada um tem o seu processo eleitoral.”


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