Brasil é o 36º país mais feliz do mundo, diz ranking

O Brasil é o 36º país mais feliz do mundo. É o que indica o relatório World Happiness, estudo supervisionado pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas) e que classifica o grau de felicidade em 143 países.

O ranking foi divulgado nesta 5ª feira (20.mar.2025), Dia Internacional da Felicidade. A Finlândia aparece em 1º lugar pelo 8º ano consecutivo, enquanto Dinamarca e Islândia fecham o top 3, repetindo a classificação de 2024.

Também em relação ao ano passado, o Brasil subiu 8 posições, já que ocupava o 44º lugar no ranking. De 2023 para 2024 também foi observada melhora do país no estudo, tendo subido 5 colocações –de 49º para 44º.

A melhor posição do Brasil no ranking foi em 2014, quando ocupou a 16ª colocação. 

Estados Unidos e Alemanha, que ficaram fora do top 20 pela 1ª vez em 20 anos no ranking de 2024, seguem fora da relação dos 20 países mais felizes do mundo. Ocupam, respectivamente, a 24ª e a 22ª posição. O Afeganistão é o país menos feliz do mundo, segundo o relatório. Eis a íntegra, em inglês (PDF – 21 MB).

O relatório se baseia na avaliação que as pessoas fazem da própria felicidade e em dados econômicos e sociais. Ele considera 6 fatores: apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção.

A pesquisadora da Universidade de Helsinque, Jennifer De Paola, diz que a proximidade com a natureza e um bom equilíbrio entre o trabalho e a vida privada estão entre os motivos para a satisfação dos residentes da Finlândia.

Ela ainda acrescentou que, em comparação aos EUA, o país talvez tenha “compreensão mais acessível do que é uma vida bem-sucedida”.

RANKING

A consolidação da Finlândia pelo 8º ano consecutivo como país mais feliz do mundo e a presença constante de países nórdicos entre as 5 primeiras posições levanta dúvidas: afinal, o ranking de felicidade é confiável?

Ele é questionável, segundo especialistas. O World Happiness Report usa dados de 6 variáveis para elaborar o ranking anual de felicidade:

  • PIB (Produto Interno Bruto) per capita;
  • apoio social;
  • expectativa de vida saudável;
  • liberdade;
  • generosidade;
  • corrupção.

O índice é calculado com base em avaliações individuais de 1.000 moradores de cada país para cada um desses 6 quesitos por meio de entrevistas feitas pela consultoria Gallup World Poll. Deste modo, os primeiros colocados na lista são, com frequência, países ricos onde os 6 indicadores são vistos de maneira majoritariamente positiva pela população. No entanto, o uso desta métrica para estabelecer uma definição mundial de felicidade é questionado por especialistas e por moradores dos países que aparecem nas primeiras posições.

A estudante Noora Ojala, de 26 anos, é natural de Helsinque, capital da Finlândia, e conta que os rankings que colocam o país em 1º lugar já viraram praticamente uma piada por lá. “Normalmente, quando ouvimos sobre esses rankings, apenas damos risada. Eles viraram quase uma piada para nós. Acho que a palavra felicidade pode ser muito enganosa neste contexto”, disse Ojala.

Claro que nossas vidas são confortáveis ​​graças à nossa liberdade, apoio social, educação e saúde, mas essas não são as únicas chaves para a felicidade. A Finlândia é um ótimo país para se viver, mas essas classificações não dizem nada sobre nós como indivíduos”, afirmou a jovem.

Para Alfredo Maluf Neto, psiquiatra do Núcleo de Medicina Psicossomática do Hospital Israelita Albert Einstein, é importante dizer que não existe um consenso médico sobre o que é, afinal, a felicidade.

Do ponto de vista médico, a definição de felicidade é muito ligada ao que a OMS [Organização Mundial da Saúde] determina sobre bem-estar físico, saúde mental, bem-estar social. Do ponto de vista neurobiológico, ou seja, no cérebro, a felicidade se organiza no contexto de várias funções diferentes. Dentro dessas funções existem, por exemplo, hormônios que regulam o humor”, disse Maluf.

O pesquisador Arto Salonen, professor na University of Eastern Finland e autor de estudos sobre bem-estar na sociedade finlandesa, afirma que um dos fatores que pode influenciar na percepção de felicidade dos indivíduos é separar os desejos das necessidades, especialmente quando o assunto é finanças.

Este pode ser um dos motivos pelo qual os finlandeses aparecem no topo dos rankings: para eles, o importante não é aumentar a renda, mas ter a segurança de que sua renda é suficiente para cobrir suas necessidades.


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