Aquicultura na Amazônia reduz impacto ambiental, diz estudo

Um estudo publicado na Nature Sustainability atestou que a aquicultura apresenta-se como uma alternativa sustentável à pecuária, já que prática emite 10 vezes menos gases de efeito estufa e requer significativamente menos terra. Foram analisados 5 países amazônicos, e em particular, o Estado de Rondônia, que lidera da produção de espécies nativas de peixe.

A análise que a pecuária é responsável por cerca de 80% do desmatamento na região nas últimas 3 décadas. A pesquisa foi realizada por especialistas do Brasil e dos Estados Unidos com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Os autores sugerem que a aquicultura pode ser uma alternativa produtiva, utilizando pastagens degradadas e reduzindo o desmatamento. No entanto, alertam para a necessidade de um monitoramento contínuo e a compreensão dos processos de licenciamento ambiental.

Uma das soluções propostas é a conversão de pastagens degradadas em tanques de aquicultura, evitando o desmatamento e aumentando a produtividade.

“A aquicultura não pode repetir o que fez a pecuária em Estados como Rondônia, em que se abriram muitas áreas para pastagens e, hoje, muitas são pouco produtivas ou mesmo foram abandonadas. No entanto, tem a vantagem de poder utilizar essas mesmas áreas já abertas com uma atividade muito mais sustentável”, disse Carolina Doria, coautora do estudo.

A pesquisa destaca a relevância de cultivar espécies nativas da Amazônia, como tambaqui, pirapitinga, pacu e pirarucu, em vez de espécies exóticas, como a tilápia. A introdução de espécies não nativas pode levar a problemas como competição por recursos e predação de espécies locais.

Atualmente, o Brasil é o 4º maior produtor mundial de tilápia, representando 65% da produção nacional de peixes.

Apesar da pressão de produtores pela liberação do cultivo da espécie, por causa do amplo mercado consumidor e facilidade de produção, os autores do estudo recomendação a substituição pelo tambaqui, que vive na bacia amazônica.

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