Governo avalia aumentar etanol na gasolina para 30% em 2025

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse nesta 2ª feira (17.mar.2025) que o aumento da mistura de etanol na gasolina de 27% para 30% será analisado ainda neste ano pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).

O anúncio foi feito durante a apresentação dos resultados da pesquisa sobre o E30, realizada pelo Instituto Mauá de Tecnologia.

“Os testes mostraram que o E30 é viável economicamente. O E30 é seguro para nossa frota de duas e 4 rodas. Ele não prejudica o desempenho dos veículos, ao contrário”, disse o ministro.

PREÇOS

Com a redução do volume de gasolina, Silveira afirmou será independente de compras externas do combustível fóssil pela primeira vez desde 2010.

“Em 2024, o Brasil importou 760 milhões de litros de gasolina. Agora, com o E30, vamos exportar. Haverá um aumento de 1,5 bilhão de litros por ano na demanda por etanol”, declarou.

Para isso, o ministro disse que o país irá “aproveitar o aumento da oferta de etanol de milho e da super safra”.

ALIMENTOS

No entanto, o ministro ressaltou que o tema só será levado ao CNPE após a estabilização dos preços dos alimentos.

A preocupação central é garantir que a produção de etanol – seja de cana-de-açúcar ou milho – não afete negativamente o preço de insumos fundamentais para a alimentação, como o açúcar, o milho e a carne (já que o milho é um insumo essencial para a ração animal).

“Nós só vamos subir o E30 a hora que nós estivermos confortáveis com o preço dos alimentos”, afirmou Silveira.

ESTUDO

O objetivo principal foi avaliar como esse combustível impacta o desempenho, emissões e dirigibilidade de veículos e motocicletas em comparação com o E27, que é o padrão atual no Brasil.

Os testes foram realizados em 16 veículos leves e 13 motocicletas, abrangendo modelos de diferentes períodos e tecnologias, desde carburados até híbridos. Durante os experimentos, os veículos foram submetidos a condições variadas, incluindo partida a frio, aceleração e retomada de velocidade.

Os resultados indicaram que a maioria dos veículos não apresentou diferenças significativas entre o uso do E27 e do E30.

Apenas alguns modelos mais antigos demonstraram pequenas variações na aceleração e na retomada de velocidade, mas essas diferenças foram consideradas irrelevantes para a experiência do motorista.

“Não tivemos grandes problemas, na verdade, não tivemos problemas em diferenças, as diferenças aparecem, porque são combustíveis diferentes, mas não são diferenças que são significativas a ponto de afetar o motorista no dia a dia”, declarou Luana Camargo, técnica do Instituto Mauá de Tecnologia.

Em relação às motocicletas, observou-se que algumas unidades carburadas apresentaram dificuldades na partida a frio, independentemente do combustível utilizado.

Com base nisso, o estudo concluiu que a adoção do E30 é tecnicamente viável, sem comprometer o desempenho dos veículos e sem gerar impactos ambientais negativos. As pequenas diferenças encontradas foram atribuídas a fatores técnicos dos próprios veículos e não ao combustível em si.

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