“Sempre tive fé que haveria um milagre”; Conheça Jaqueline Scholemberg, blumenauense transplantada que vem superando doença renal

Pelas redes sociais, as fotos e vídeos da blumenauense Jaqueline Scholemberg, de 31 anos, mostram uma vida normal como a qualquer jovem adulto. Mas, em junho de 2020, ela viu a rotina mudar completamente.

A doença renal chegou na vida dela como uma “surpresa desagradável”. Sem ter histórico na família, Jaqueline viu os rins pararem de funcionar de uma hora para a outra em decorrência de uma doença autoimune, chamada ‘antimembrana basal glomerular’, que causa insuficiência renal.

“Em uma semana estava com desconforto e procurei médico, na outra, me vi entrando em hemodiálise com urgência. A minha relação com a diálise foi gradual. No meu segundo dia de internação fiz minha primeira sessão em hospital. Foi algo completamente novo, eu não conhecia nada disso. Fiquei muito apreensiva, com medo de sentir dor”.

Foto: Divulgação

Após um mês de tratamento, Jaqueline partiu para o atendimento da Associação da Renal Vida, em Blumenau. A mãe, Teresinha, a acompanhava nas sessões, que ocorriam três vezes na semana durante quatro horas de duração. “Me lembro que as sensações variavam. Tem dias e dias. Às vezes eu ficava com pressão baixa, mas precisava seguir”.

Após oito meses fazendo hemodiálise, a jovem iniciou outra modalidade do tratamento, a diálise peritoneal, que podia ser feita em casa. “Eu considerei a melhor opção, menos agressiva. Eu não tinha reações de náuseas e não precisa me deslocar para outro lugar para fazer. Foi mais cômodo e mais leve”, relembrou.

Foto: Divulgação

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Após um ano e meio fazendo o tratamento, Jaqueline recebeu a tão esperada notícia, a de que um rim era compatível com ela. “Recebi a doação de um falecido. Nós não temos conhecimento sobre quem era ou quem é a família. Fiquei muito feliz quando recebi a notícia, pois graças a essa família que disse sim à doação de órgãos, eu pude viver”.

A cirurgia, realizada em novembro de 2021, foi um sucesso. Hoje, com quase quatro anos de transplante, Jaqueline ainda precisa de alguns cuidados. Ela toma cerca de quatro tipos de remédios por dia. “O pós-cirúrgico, por exemplo, foi bastante sofrido, mas consegui superar. O transplante é um tratamento, não é uma cura. A vida volta praticamente ao normal”.

Foto feita logo após o transplante | Foto: Divulgação
Pós transplante | Foto: Divulgação

A esperança e a fé de viver

Para Jaqueline, duas coisas foram essenciais desde o diagnóstico, tratamento e cirurgia: família, amigos e a fé em Deus.

“Essa rede de apoio foi essencial para conseguir passar por tudo isso até porque iniciei essa jornada em meio a uma pandemia da Covid-19, então a internet também foi uma grande aliada para não me sentir sozinha. Tenho muito a agradecer a toda equipe da Renal Vida e do Hospital Santa Isabel, que é o responsável pelas cirurgias renais em Blumenau. Eles fizeram parte da minha vida. Tenho todos no meu coração, pois aquela acabou sendo uma segunda casa”.

Jaqueline conta, ainda, que sua relação com Deus não começou no momento da doença renal, mas sim por conta do mental, quando teve depressão em 2017.

“Quando chegou o problema dos rins, eu estava firme na minha fé. Como diz na Bíblia, eu estava com a ‘minha casa construída sobre a rocha’. Então veio a tempestade. Eu sempre tive fé e acreditei que meus rins iriam se recuperar, que haveria um milagre”.

Após recuperação | Foto: Divulgação

Inspiração e apoio para outros doentes renais

Três meses antes de fazer o transplante, Jaqueline viralizou na rede social TikTok com vídeos sobre o tratamento da doença. “Eu recebi muitas mensagens de doentes renais que me começaram a me enxergar como uma referência para eles terem esperança”.

Veja:

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Blumenau, a Capital Catarinense de Transplantes de Órgãos

Hoje, dia 13 de março, é celebrado o Dia Mundial do Rim. De acordo com a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), uma em cada dez pessoas tem ou terá algum problema renal e, 90% destas pessoas afetadas, desconhecem a doença.

Referência no assunto, a Renal Vida é a responsável em acompanhar o pré e pós transplante. Ao longo de sua história, a associação já realizou 2.450 transplantes renais, destes, 186 foram feitos em 2024. Todas as cirurgias são realizadas no hospital Santa Isabel, em Blumenau.

Atualmente, em hemodiálise, há 1.259 pacientes atendidos nas cinco unidades da Renal Vida, que fica em Blumenau, Itajaí, Rio do Sul, Timbó e Brusque. Os tratamentos são de Hemodiálise e também diálise peritoneal.

Blumenau, inclusive, é considerada a Capital Catarinense de Transplantes de Órgãos, pela qualidade e quantidade de procedimentos realizados. A proposta é de autoria do ex-deputado estadual Ricardo Alba e foi sancionada na época do governador Carlos Moisés.

De acordo com a presidente da Sociedade Catarinense de Nefrologia e médica nefrologista da Renal Vida, Denise Rodrigues Simão, explica que a doença renal é silenciosa e muitas vezes só apresenta sintomas em estágios avançados. Por isso, pessoas com fatores de risco, como diabetes, hipertensão e histórico familiar de doença renal devem fazer exames regulares.

“Por isso fazer as campanhas é essencial para evitar a necessidade de diálise. O diagnóstico precoce ajuda a evitar problemas maiores e a tratar o estágio inicial da doença”.

A médica também reforça os cuidados com os rins. “Uma dieta saudável, com frutas, verduras e um bom consumo de água são essenciais. Ao menos dois litros por dia. Praticar atividade física também é importante”.

Transplantes

De acordo com o Governo Federal, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo.

Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA. A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós transplante.

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