Hugo Calderano se recupera após perder a alegria de jogar

O sonho de uma vida inteira estava próximo de ser realizado. Hugo Calderano estava na semifinal dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Bastava uma vitória diante do sueco Truls Moregard, ir para a final e garantir a medalha olímpico. O brasileiro era o favorito, mas perdeu para o adversário. Para piorar, não conseguiu se recuperar e caiu diante do francês Felix Lebrun na disputa do bronze. Não foi fácil superar a decepção. Principal mesatenista da história do país, ele perdeu a motivação e a alegria de jogar. Aos poucos, no entanto, vai se recuperando com a expectativa de conseguir um bom resultado no Mundial, que será disputado em maio.

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“O pós-Olimpíada não foi fácil para mim, né? Foi uma decepção muito grande chegar tão perto e não conseguir a medalha. Era o meu grande objetivo. Então, eu acho que eu precisei de um tempo para assimilar tudo, para aceitar a situação. Eu sabia que era um processo mais demorado. Era muito difícil também sair já de Paris e falar: ‘vamos treinar para Los Angeles’. Infelizmente, não é assim que funciona. Continuei ali fazendo o meu trabalho, participando das competições, mas não estava com a mesma motivação. Eu sabia que precisava simplesmente de mais tempo. Eu perdi um pouco essa alegria, essa sensação de me divertir na mesa, de me divertir jogando por alguns meses depois da Olimpíada e agora estou voltando”, admitiu Hugo Calderano em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia. 

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Hugo Calderano deixa a quadra cabisbaixo após perder a semifinal dos Jogos Olímpicos para Truls Moregard (Luiza Moraes/COB)
Hugo Calderano deixa a quadra cabisbaixo após perder a semifinal dos Jogos Olímpicos para Truls Moregard (Luiza Moraes/COB)

Momento mais difícil

O mesatenista admitiu que o mais difícil de superar foi a decepção que sentiu ao ver fracassar o sonho da medalha. “Eu me preparei tanto, eu me esforcei tanto, fiz tudo o que eu podia ter feito para conseguir a medalha e cheguei tão perto. Acho que o mais difícil foi essa decepção e uma baixa de motivação de continuar sonhando, de continuar com a mesma ingenuidade, inocência de quando eu era criança, um jovem atleta. Quando você já passa por tanta coisa, você acaba perdendo um pouco isso, mas eu acho que isso que vai ser o mais importante. Eu ter a capacidade de continuar sonhando, continuar almejando grandes resultados e acho que vou continuar fazendo isso, sim”, acredita.

Mesmo no período em que ficou sem motivação e alegria de jogar tênis de mesa, Hugo Calderano foi campeão pan-americano e também da Copa da Alemanha. Mas agora ele se prepara para novamente alçar vôos mais altos e enfrentar de igual para igual os melhores do mundo, grupo do qual ele faz parte.

Hugo Calderano Tênis de Mesa Pan-Americano
Hugo Calderano foi campeão pan-americano no fim do ano passado (ITTF Américas)

Foco no Mundial

“Voltei a treinar mais forte de novo. Estou de novo com vontade de participar, de competir nas grandes competições, de brigar contra os melhores do mundo outra vez. Tenho certeza que tenho muitos anos ainda pela frente, que eu posso estar ali entre os melhores do mundo, brigando novamente por medalhas mundiais, medalhas olímpicas. Esse ano tem o Mundial em maio, que é o meu grande objetivo”, afirma.

Hugo Calderano, aos poucos, está superando o que aconteceu com ele nos Jogos Olímpicos, mas não vai esquecer o que passou. “Eu sei que vou ter outras oportunidades. O importante é aceitar tudo o que aconteceu em Paris. Esquecer não tem como esquecer, mas ao mesmo tempo tentar que isso me faça um atleta e uma pessoa mais forte para as próximas”.

Los Angeles é logo ali?

Além de se tornar mais forte, mas competitivo, Hugo Calderano quer aprendender com tudo o que viveu. “Eu sempre fui um cara que procura aprender com tudo, com vitórias, com derrotas. Geralmente as pessoas falam que a gente aprende mais com as derrotas, mas eu acho que a gente pode aprender com as vitórias, com as derrotas, com qualquer experiência, com qualquer encontro com outras pessoas, observando outros atletas e se inspirando em outras pessoas. Eu acho que qualquer experiência pode ensinar muito. E claro, uma experiência tão forte como a de Paris, com certeza me ensinou bastante”.

Então, quer dizer que Hugo Calderano já está pronto para sonhar com Los Angeles-2028? Ou melhor ter calma? “Vamos ano a ano, devagarzinho. Pensar não custa nada, de vez em quando eu penso um pouco, mas eu acho que também é importante ter os pés no chão, viver no presente, dia a dia, passo a passo. Então eu procuro me colocar metas mais precisas, mais curtas, justamente para eu ter a força de me dedicar nos treinos. Não é tão fácil, não é só chegar, continuar. Não é simplesmente vamos treinar forte, treinar seis, oito horas por dia que seja, não. Você precisa treinar com aquela vontade, com intensidade, pensando nos seus objetivos. São coisas totalmente diferentes quando você só treina bastante e forte ou você treina dando tudo de si todos os dias. É isso que eu preciso para me manter no topo”, acredita.

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