Casos de dengue voltam a crescer nas primeiras semanas de 2025

O Brasil registrou 287.351 casos prováveis de dengue nas 6 primeiras semanas epidemiológicas de 2025, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do MS (Ministério da Saúde). No mesmo período, 109 mortes foram confirmadas, e outras 300 estão em investigação.

Os dados abrangem o período de 29 de dezembro de 2024 a 8 de fevereiro de 2025. Somente em janeiro, foram notificados 177.796 casos e 97 mortes. O número de infecções vinha crescendo semanalmente, com exceção da 2ª semana de fevereiro, quando houve uma redução, totalizando 48.819 novos casos.

O coeficiente de incidência da dengue no país, em 8 de fevereiro de 2025, é de 135,2 casos para cada 100.000 habitantes.

DENGUE

A dengue é transmitida pelas fêmeas do mosquito Aedes aegypti, também responsável pela disseminação dos vírus da zika e chikungunya. O vírus da dengue possui 4 sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, que, no geral, causam os mesmos sintomas, embora os sorotipos 2 e 3 sejam considerados mais virulentos por se espalharem com mais facilidade.

Cada pessoa pode ser infectada até 4 vezes, uma para cada tipo de vírus, pois a imunidade adquirida depois da infecção é específica para o sorotipo contraído. Depois de uma nova infecção por outro sorotipo, o risco de desenvolver formas graves da doença aumenta.

CICLO DA DOENÇA

O ciclo de transmissão se inicia quando o mosquito pica uma pessoa infectada. O vírus se instala nas glândulas salivares do inseto, que se torna capaz de transmitir a doença. O Aedes aegypti vive por cerca de 30 dias.

Uma fêmea passa por 3 ciclos reprodutivos. Em cada ciclo, ela pode produzir até 120 ovos. Esses ovos do mosquito conseguem resistir em ambiente seco por cerca de 1 ano. Em água parada, o ovo passa pelas etapas de larva e pupa e, em até 10 dias, se torna um mosquito adulto.

Ovos postos por mosquitos contaminados podem eclodir já com a capacidade de transmitir a doença. Uma pesquisa recente mostrou que, além de dengue, ovos de mosquitos infectados também podem preservar nas novas gerações a habilidade de transmitir chikungunya e zika. O estudo foi publicado pela UFG (Universidade Federal de Goiás) neste ano. Eis a íntegra (PDF – 952 kB).

Aedes aegypti tem hábitos urbanos. Pneus, calhas, caixas d’água, vasos de planta e garrafas vazias são alguns de seus principais criadouros artificiais. Buracos em árvores e espécies como bromélias e bambus tendem a servir de habitat.

O mosquito depende do sangue humano para amadurecer seus ovos. É a principal fonte de alimentação das fêmeas. Os machos se alimentam de néctar e seiva.

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