Incêndio em confecção no Rio deixa 21 feridos, 10 em estado grave

Na manhã desta quarta-feira (12), um incêndio de grandes proporções atingiu uma confecção, em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O local, especializado na produção de fantasias para escolas de samba, teve grande parte de sua estrutura destruída pelas chamas, e pelo menos 21 pessoas ficaram feridas, sendo 10 delas em estado grave. A maioria sofreu queimaduras nas vias aéreas devido à inalação de fumaça.

O fogo começou no térreo e rapidamente se alastrou, atingindo prédios, residenciais. Às 10h20, a fumaça já havia se dissipado, mas a Defesa Civil Municipal alertou para o risco de desabamento do galpão. A 21ª DP (Bonsucesso) abriu investigação para apurar as causas do incêndio. O Corpo de Bombeiros informou que a fábrica estava com documentação irregular, e o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) investigará as condições de trabalho no local.

Resgate dramático

O incêndio deixou diversas pessoas presas dentro do imóvel, tornando o resgate desafiador. O Bom Dia Rio acompanhou a operação, que contou com a mobilização de bombeiros e o uso de escadas portáteis devido ao difícil acesso ao prédio. Quatro ocupantes conseguiram se salvar ao se refugiarem na parte externa de uma janela nos fundos da fábrica. O Globocop registrou o momento em que as vítimas pediam socorro em meio à fumaça densa. Elas foram resgatadas poucos minutos antes das chamas atingirem o andar onde estavam.

Um dos sobreviventes relatou que o fogo se alastrou rapidamente. “Foi muito rápido, lambeu tudo!”, descreveu.

Funcionamento intenso e perdas totais

A Maximus Confecções operava 24 horas por dia para atender à alta demanda da produção carnavalesca. A fábrica fornecia fantasias para escolas de samba da Série Ouro e da Intendente Magalhães, incluindo Império Serrano, Unidos de Bangu e Unidos da Ponte, que confirmaram ter perdido todo o material armazenado no galpão. Além das fantasias, a empresa também produzia camisas de alas e fardas para forças de segurança do estado.

Cerca de 100 aderecistas trabalhavam no local em turnos contínuos, e alguns chegavam a dormir nos ateliês para garantir a produção.

Atendimento aos feridos

Os feridos foram encaminhados para diferentes unidades de saúde, conforme a gravidade do estado de saúde:

  • Hospital Estadual Getúlio Vargas: 10 feridos, 8 em estado grave.
  • Hospital Municipal Souza Aguiar: 4 feridos, 2 em estado grave.
  • Coordenação de Emergência Regional (CER) da Ilha: 2 feridos.
  • Hospital Federal de Bonsucesso: 3 feridos.
  • Hospital Municipal Salgado Filho: 2 feridos.

Bombeiros foram acionados às 7h39 e mobilizaram 13 unidades operacionais para combater as chamas. O trabalho intenso das equipes evitou um desastre ainda maior, mas a destruição da fábrica representa um impacto significativo para os trabalhadores e para as escolas de samba que dependiam da produção.

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