Bombeiros chegaram em fábrica de fantasias em 3 min, diz porta-voz; quartel próximo e ação rápida pode ter evitado tragédia maior


‘Foi a gente gritar lá e rápido eles chegaram’, contou gari que foi um dos primeiros a chegar no local. Mais de 20 pessoas ficaram feridas em incêndio na Maximus Confecções. Fábrica de fantasias de carnaval que pegou fogo no Rio não tinha autorização do Corpo de Bombeiros
A ação rápida do Corpo de Bombeiros e a ajuda da população pode ter evitado uma tragédia maior no incêndio da fábrica de fantasias de carnaval nesta quarta-feira (12), em Ramos, Zona Norte do Rio.
Mais de 20 pessoas ficaram feridas, 10 delas em estado grave. Até a última atualização desta reportagem, não havia registro de mortos no incêndio.
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Confecção pega fogo e; veja resgate dramático
Segundo o major Fábio Contreras, porta-voz da corporação, os bombeiros foram chamados 7h39 e chegaram ao local às 7h42.
O quartel de Ramos fica na Rua Euclídes Faria, 139, a dois minutos, de carro, da Maximus Confecções, na Rua Roberto Silva, 145 (veja mapa abaixo).
Bombeiros ficam a 2 minutos do local do incêndio
Reprodução/Google Maps
A proximidade, o acionamento rápido por parte de quem passava por perto e a agilidade dos agentes ajudaram a salvar as pessoas que ficaram presas dentro da fábrica.
“Tenha a certeza de que chegaram rápido. Foi a gente gritar lá e rápido eles chegaram. Não demora a chegar aqui porque a rua é aqui embaixo”, contou o gari Cláudio Conceição da Silva, um dos primeiros a chegar no local.
90 bombeiros de 13 quartéis
Trabalharam no controle das chamas e resgate de vítimas um total de 90 bombeiros de 13 quartéis. Imagens mostraram as dificuldades de acesso e o drama para retirar trabalhadores encurralados pelo fogo.
Um deles ficou com a cara entre grades de uma janela para conseguir respirar. Wesley da Cruz Ricardo foi resgatado e está hospitalizado em estado grave. A mãe dele acompanhou tudo pela televisão, e contou o seu desespero em entrevista à TV Globo (leia a reportagem).
Funcionário de fábrica atingida por incêndio no Rio se desespera antes de ser resgatado
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Wesley foi resgatado pela janela da fábrica
Reprodução/TV Globo
Sem licença dos bombeiros
A fábrica da Maximus Confecções não tinha certificado junto ao Corpo de Bombeiros, nem autorização da Receita Federal para funcionar.
“A edificação não possuía aprovação do Corpo de Bombeiros para o funcionamento, e não tinha condições mínimas de segurança para estar funcionando. O local possuía materiais de alta combustão sem certificado”, disse o coronel Luciano Sarmento, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros.
“A responsabilidade de regularização é por parte do proprietário. A residência não tem projeto aprovado e nem processo tramitando no Corpo de Bombeiros, ou seja, não tem documentação. Nem o laudo de exigências e nem o certificado de aprovação. E reforço: o proprietário é responsável é o responsável por procurar o corpo de bombeiros para se regularizar”, afirmou o major Fábio Contreras, porta-voz dos bombeiros.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que o local foi interditado pela Defesa Civil.
“A Defesa Civil do município interditou totalmente a fábrica e o prédio anexo, após equipes do órgão verificarem que o fogo ocasionou dano à estrutura do prédio anexo e que há risco de desabamento da estrutura interna”.
“Aqui é uma área residencial. Temos casas e apartamentos que possuem a parede dividida com esse galpão, com essa fábrica. Assim, qualquer incêndio que acontece tem a probabilidade de propagação rapidamente. Esse trabalho foi importante, porque senão teríamos Incêndios nas residências próximas. A gente também sabe que a fumaça é a maior causadora de lesões e mortes nos Incêndios. Por isso, uma resposta mais rápida e a busca pelas vítimas é a maior prioridade quando a gente chega no local de incendio”, completou Contreras.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro foi acionado, por volta das 7h39 desta quarta-feira (12.02), para um incêndio em uma edificação na rua Roberto Silveira, número 157, em Ramos. A operação conta, neste momento, com o empenho de 13 unidades operacionais, incluindo o Grupamento de Operações Aéreas da corporação e especialistas em salvamento em altura, cerca de 90 bombeiros, com apoio de 30 viaturas. Até o momento, há registro de 21 pessoas resgatadas com vida da edificação pela corporação. Uma pessoa foi encaminhada em estado grave, por uma ambulância da corporação, para o Hospital Souza Aguiar.
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