Google Maps exibe “golfo da América” e Trump comemora

O Google Maps passou a exibir “golfo da América” no lugar de “golfo do México” para os usuários. A mudança se deu depois de um decreto que alterou nomes de lugares e monumentos dos Estados Unidos, assinado pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano).

Nas redes sociais, Trump comemorou a alteração da nomenclatura. “GOLFO DA AMÉRICA!”, escreveu, em seu perfil na Truth Social, junto com uma captura de tela do corpo d’água com o novo nome sendo exibido.

O Google afirmou, em 27 de janeiro, que alteraria o nome do golfo do México para usuários no mundo todo. O anúncio foi feito pelo perfil “News from Google” no X (ex-Twitter). Na portagem, a empresa disse que, para usuários do México, continuará sendo exibido “golfo do México”. Para os demais países, os 2 nomes ficarão disponíveis.

O Google utilizou as mesmas convenções em outros casos nos quais existem disputas pela nomenclatura. Conforme apontou a Reuters, fora do Japão e da Coreia do Sul, o mar que banha os países é exibido com 2 nomes: “Mar do Japão (Mar do Leste)”. Em 2012, o Irã ameaçou processar o Google por conta da decisão de retirar o nome “Golfo Pérsico” do Google Maps, deixando o corpo d’água sem nome. Hoje, é exibido como “Golfo Pérsico (Golfo Árabe)” no aplicativo em outros países.

A mudança do nome do golfo do México era uma promessa de campanha de Trump. Em 7 de janeiro, antes de tomar posse, o republicano afirmou que o novo nome é “bonito” e apropriado porque o México tem um deficit “enorme” com os EUA. A fala se deu entre outros discursos expansionistas do presidente, quando também sugeriu a possibilidade de usar força militar para controlar o Canal do Panamá e a Groenlândia, além de tornar o Canadá o 51º Estado dos EUA.

À época, em resposta à sugestão de Trump, a presidente do México, Claudia Sheinbaum (Morena, esquerda), afirmou que a América do Norte deveria se chamar “América Mexicana”. O nome sugerido é o que aparece em um documento fundador de 1814, que precedeu a constituição do país. “Isso parece legal, não?”, disse ela em entrevista a jornalistas.

Sheinbaum chegou a enviar uma carta ao diretor-executivo do Google, Sundar Pichai, para pedir que a empresa não renomeasse o golfo. Segundo a líder mexicana, os Estados Unidos não podem mudar o nome legalmente porque a Convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar determina que o território soberano de um país se estende só até 12 milhas náuticas (cerca de 22 km) a partir da costa.

No documento, Sheinbaum afirmou que a denominação da zona geográfica conhecida como Golfo do México “tem uma origem histórica amplamente documentada” e “reconhecida desde o século 17 em vários mapas internacionais”.

Ainda antes da alteração ser oficializada pelo Google, no domingo (9.fev), Trump decretou que o 9 de fevereiro fosse reconhecido como “dia do golfo da América”. O ato determinava que fossem adotadas “todas as medidas necessárias” para formalizar a mudança no nome.

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