OPINIÃO: AS CONSEQUÊNCIAS DOS ATOS TERRORISTAS DE 8 DE JANEIRO DE 2023 NO BRASIL

Naquele dia, manifestantes extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília

Atos políticos impensados praticados por quem não concordava com o resultado das eleições nacionais trouxeram muitos impactos políticos ao país em fins de 2022 e início de 2023. Resultado ainda é sentido pela maioria dos brasileiros, especialmente pelos democratas. Tanto é que nesta quarta-feira (dia 8 de janeiro), o governo realizará um evento de desagravo para manifestar o repúdio dos brasileiros para com aqueles que quiseram implantar um “golpe de estado” no Brasil, e para fortalecer a nossa Democracia.

Aqueles ataques geraram uma reação firme das instituições brasileiras, com manifestações de unidade entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que reforçaram o o compromisso com a democracia e com a maioria da população brasileira, isolando os extremistas. Partidos políticos, inclusive de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, condenaram os ataques, destacando que atos violentos e antidemocráticos não representam práticas legítimas de oposição.

O episódio trouxe à tona a necessidade de políticas mais rigorosas para coibir o extremismo e a desinformação que fomentaram e ainda fomentam muitos atos antidemocráticos. Daí a necessidade de reforçar e combater o extremismo.

Naqueles dias que se seguiram à invasão, mais de 1.500 pessoas foram detidas e presas por participação nos atos, quando invadiram e quebraram objetos de valor histórico nas sedes dos poderes, com muitas delas enfrentando processos criminais. Mas, as conseqüências jurídicas sobre o 8 de Janeiro ainda não acabaram, apesar de muita gente já ter sido presa. Muitos ainda serão julgados por aquele ato insano, fomentado por quem não concordava com o resultado das urnas e desejava implantar uma nova ditadura no Brasil.

As investigações seguem seu curso. As autoridades querem esclarecer quem foram os financiadores e organizadores daqueles atos, o que levará as ações da Justiça e da Polícia Federal ao encalço de empresários e políticos suspeitos de envolvimento. Os processos no Supremo Tribunal Federal já resultaram em condenações e punições para muitos envolvidos, incluindo penas de prisão que chegam a mais de 17 anos. Mas as punições precisam ser bem mais severas para desencorajar quem tentar novamente.

Por isso o ato de amanhã, para relembrar o ocorrido em 8 de janeiro de 2023, apesar de ser um ato simbólico, ele servirá para reforçar a nossa democracia. Todos nós estamos lembrados que, à época, governos e organizações internacionais repudiaram os atos extremistas classificando-o como um “ataque à democracia brasileira”, e demonstraram solidariedade ao governo e às instituições democráticas do Brasil.

Mas a preocupação com o extremismo prossegue. Inclusive com o extremismo globalizado. A invasão de 2023 foi comparada à invasão do Capitólio nos EUA no dia 6 de janeiro de 2021, evidenciando que há conexões globais entre os movimentos extremistas.

Os brasileiros, especialmente os democratas, precisam estar atentos e não se descuidarem um minuto sequer. Especialmente quanto aos impactos sociais e midiáticos que, uma vez mal geridos, desinformam muito mais que informam. O papel das redes sociais no incentivo à violência precisa ser amplamente debatido, melhor fiscalizado e regulamentado em seus conteúdos. O que temos visto e ouvido em postagens divulgadas por vários extremistas, especialmente no canal Youtube – alguns deles nem se importando quanro a possibilidade de entregar nosso país para países mais acima – é coisa de dar náuseas, de vomitar mesmo. Embora episódios tidos como “questões meramente políticas” já tenham sido amplamente condenados, eles aprofundam a polarização entre os dois principais grupamentos políticos, com alguns setores da direita e até da esquerda minimizando a gravidade dos atos.

Por isso é necessário com urgência urgentíssima que se reforce a segurança em todos os setores, especialmente na proteção dos prédios públicos, apesar de que, depois dos ataques de 8 de janeiro de 2023 tenha havido um maior investimento no setor de segurança pública. As forças de segurança passaram a monitorar com maior rigor manifestações públicas e redes sociais. O episódio pressionou o governo Lula a tomar medidas rápidas e firmes para restaurar a ordem e assegurar a governabilidade, especialmente no que diz respeito à legitimação das falas democráticas. O governo utilizou os atos como exemplo do perigo do extremismo, por isso reforçou o discurso de defesa da democracia, e nesta quarta-feira realiza ato de repúdio.

Nunca é demais lembrar que os ataques de 8 de janeiro de 2023 foram um marco na história recente do Brasil, ficando demonstrada a necessidade de fortalecimento das instituições democráticas, assim como no combate à desinformação e ao radicalismo. Muito embora eles tenham gerado traumas, também é verdade que impulsionaram um debate nacional e internacional sobre a importância de se proteger a democracia.

Por L. Pimentel

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