Van Hattem é indiciado pela PF após criticar delegado em plenário

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por criticar a atuação do delegado da corporação Fábio Alvarez Schor durante uma declaração no plenário da Câmara dos Deputados em 14 de agosto.

Segundo apurou o Poder360, a corporação considerou que o congressista agiu com a intenção de constranger, humilhar e ofender o delegado, supostamente por discordar de sua atuação profissional. As críticas teriam relação com a condução de inquéritos policiais supervisionados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

A PF considerou que Van Hattem fez acusações “gravíssimas” contra o delegado. E que, caso essas acusações sejam infundadas, a responsabilização penal poderá ir além de um simples crime contra a honra.

A corporação destacou que, embora o deputado esteja protegido pela liberdade de expressão e pela imunidade parlamentar, esses direitos não são absolutos.

ENTENDA O CASO

Na ocasião, van Hattem disse que Schor “cria relatórios fraudulentos para manter” o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) Filipe Martins “preso ilegalmente e sem fundamentação”

Filipe Martins foi preso em 8 de fevereiro na operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no governo Bolsonaro. Foi solto em 9 de agosto por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Está em liberdade provisória.

O deputado também criticou os mandados de prisão contra os jornalistas bolsonaristas Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio e o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Segundo o congressista, houve “abuso de autoridade” por parte do delegado da PF ao revistar a filha de Eustáquio.

“Sabe o que eles [presos] têm em comum? Todos divulgaram a foto de mais um abusador de autoridade: Fabio Alvarez Schor. Falei ontem e repito aqui na Tribuna. E se ele não for covarde, que venha atrás de mim”, declarou em 14 de agosto.

Assista (5min14s):

Em 4 de novembro, a defesa do congressista pediu o arquivamento do inquérito da PF, alegando que “os deputados e senadores são invioláveis, no âmbito civil, administrativo e penal, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Leia a íntegra (PDF – 208 kB),

ATAQUE AO PARLAMENTO, DIZ BOLSONARO

A jornalistas, Bolsonaro comentou o indiciamento nesta 2ª feira (25.nov) e disse que o caso é “um ataque ao Parlamento brasileiro”.

“Cheguei na Câmara em 91, e tinha esse problema sempre: o que pode e o que não pode falar o deputado. Aí, alguém inventou uma emenda e foi acrescido o pronome ‘quaisquer’ no artigo 53 da Constituição. Então, os parlamentares são invioláveis por quaisquer de suas opiniões, disse.

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