Visita de Bolsonaro: qual o resultado prático para os candidatos? SC registra crescimento da economia, entre outros destaques

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Pequeno público de BC refletiu em outras cidades: Imagem: Divulgação

Há uma grande expectativa no PL catarinense sobre os efeitos da visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Santa Catarina. Uma coisa é certa e admitida por fontes do partido: a resposta do eleitor nas ruas ficou muito abaixo da esperada pelos liberais. Uma pergunta que deve ser feita é a seguinte: qual foi o fato novo trazido por Bolsonaro para mudar o cenário em municípios como Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes e Criciúma, ao ponto de alterar a visão do eleitor?

Esse questionamento é importante quando voltamos a uma das colunas que escrevi na semana passada. Alertei que o eleitor que votará em um determinado candidato, apenas por ter o apoio de Bolsonaro, já está decidido há tempos, e isso aparece nas pesquisas, assim como aparecem os que não abraçaram esses candidatos que, pragmaticamente, são apresentados como bolsonaristas. Portanto, uma visita pode ter gerado uma comoção momentânea, mas, na prática, pode não refletir em voto.

Nesta eleição, o eleitor de Bolsonaro tem se mostrado heterogêneo em relação às suas escolhas locais. Consideram-se apoiadores, mas, quando se trata de eleição municipal, as escolhas podem divergir de seu maior líder político, e isso pode ser percebido não apenas em São Paulo com Pablo Marçal, que está dividindo a extrema-direita, mas também aqui em Santa Catarina. Como explicar, por exemplo, que o PL não lidera as pesquisas em Balneário Camboriú, Itajaí, Criciúma e Navegantes? Os candidatos que se dizem bolsonaristas não deveriam estar na frente? Talvez não estejam por dois fatores: primeiro, eles se deparam com candidatos que também são de direita e que conseguiram conquistar a maior parte desse eleitorado através de uma série de fatores; segundo, porque a eleição não tem se mostrado verticalizada.

Outro ponto crucial a ser colocado é que, nessas agendas de Bolsonaro, as pessoas que compareceram queriam vê-lo. Não foram para ver o governador Jorginho Mello (PL), tampouco os candidatos locais. Não deveria ter sido o contrário? Pois, dessa forma, Bolsonaro, ao ir embora, leva consigo a euforia, deixando os candidatos, que seguem atrás nas pesquisas, com a tarefa de correr atrás do eleitor.

Portanto, acreditar em uma conversão a essa altura do campeonato até não é impossível, de um certo percentual do eleitorado, mas, ao ponto de ser significativa, é muito improvável, já que os eleitores que não querem votar nesses candidatos que o PL apresentou para os seus municípios continuarão a rejeitá-los, mesmo sendo eleitores de Bolsonaro. A questão se definirá mesmo no debate local, onde acontece a vida real das pessoas.

Recado

Lembro de uma análise que fiz para vocês, que me acompanham há algum tempo, sobre o comportamento do eleitor catarinense. Nas eleições de 2022, o atual governador Jorginho Mello (PL) conseguiu concentrar em si o voto dos bolsonaristas. Mas, se somarmos os votos de Carlos Moisés da Silva, Gean Loureiro (UB) e Esperidião Amin (Progressistas), no primeiro turno, foi maior do que o obtido por Jorginho. Qual é o recado? O eleitorado catarinense é majoritariamente de direita, mas não necessariamente bolsonarista. Esse é um ponto importante a ser lembrado.

Força de Bolsonaro

A força do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não pode ser desconsiderada. Embora o ato de 7 de setembro na Avenida Paulista e sua visita a Santa Catarina tenham atraído um público muito menor do que ele estava acostumado, mesmo assim, ele segue como um importante líder político. A questão é que Bolsonaro é um grande líder político para si mesmo, e essa adoração de seus seguidores geralmente não se transfere para outros nomes. Fosse assim, Alexandre Ramagem (PL), que está prestes a perder a eleição ainda no primeiro turno no Rio de Janeiro, estaria em outra situação. Vale destacar que o eleitor bolsonarista sabe muito bem identificar quem é bolsonarista de verdade e quem hoje está no PL se dizendo apoiador, por puro pragmatismo. Essa é a realidade. E, assim como sabe apoiar, o eleitor bolsonarista sabe rejeitar um candidato, mesmo que esteja no PL ou que tenha o apoio de Bolsonaro, como é o caso de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.

A diferença

Bolsonaro foi a Palhoça apoiar Eduardo Freccia – Imagem: Divulgação

A agenda surpresa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Palhoça pegou os eleitores de surpresa e o próprio prefeito licenciado, Eduardo Freccia (PL), conforme me relatou uma fonte. O governador Jorginho Mello (PL) conseguiu convencer Bolsonaro a passar pelo município. Ao contrário dos outros municípios visitados por Bolsonaro, em Palhoça, Freccia, que busca a reeleição, lidera a pesquisa. Nesse caso, juntou-se a popularidade do ex-presidente com um candidato forte.

Em Criciúma

Bolsonaro e Guidi cercados por crianças – Imagem: Mari Salvador

O evento de Criciúma foi outro que gerou preocupação ao PL no Sul do Estado. O ato no AM Hall reuniu, no máximo, 3 mil pessoas, quando eram esperadas cerca de 5 mil. Já nas ruas, as duas campanhas, tanto de Ricardo Guidi (PL) quanto de Vaguinho Espíndola (PSD), que polarizam o pleito, não enviaram imagens aéreas para mostrar a verdadeira magnitude dos atos a céu aberto. Nem o comando da Polícia Militar soube informar. Somente nos próximos dias saberemos o verdadeiro resultado da visita de Jair Bolsonaro.

Eleitor regional

Um ponto que também não pode passar despercebido é que o público que foi a Balneário Camboriú e Criciúma, além de outros municípios, não era somente local. Trata-se de um público mais regional, pois foram convidados filiados e simpatizantes de toda a região. Isso também deve ser levado em consideração ao avaliar o potencial retorno em votos, já que havia pessoas que votavam em outros municípios, além dos fatores já observados.

Dividiram o bolsonarismo

Após ser criticado, Bolsonaro aceitou apoiar Adeliana – Imagem: Divulgação

A ex-prefeita de São José, Adeliana Dal Pont (PL), conseguiu o tão sonhado vídeo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Um relato de bastidor é que o governador Jorginho Mello (PL) insistiu para que Bolsonaro aceitasse gravar para Adeliana, que foi crítica ao seu governo, a fim de tentar levantar o desempenho da candidata, que disputa contra o atual prefeito Orvino de Ávila (PSD). O vídeo de poucos segundos mostra o apoio do ex-presidente. Resta saber se Adeliana conseguirá algum resultado junto ao eleitor bolsonarista, que ficou mais resistente a ela após a admissão de que foi eleitora da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A divisão

Eduardo anunciou apoio a Orvino – Imagem: Divulgação

São José “bolsonarizou” a eleição municipal. O prefeito Orvino de Ávila (PSD) tem o apoio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que era o candidato dos sonhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para São José, entre outros quadros do bolsonarismo. Vale um bastidor: tanto Eduardo quanto Silvinei tiveram o “ok” de Bolsonaro para apoiar Orvino. Já Adeliana conseguiu um vídeo com Michelle Bolsonaro e agora com o ex-presidente. São José conseguiu rachar o bolsonarismo em dois. É claro que não é o cenário ideal para Adeliana, que contava com um apoio fechado, o que não ocorreu. O próprio Bolsonaro resistiu até o último minuto. Agora, resta acompanhar os próximos capítulos e, de preferência, com mais propostas dos candidatos que polarizaram o pleito.

Fake news

Antes mesmo do período eleitoral da OAB/SC, a pré-candidata oposicionista Vívian De Gann já foi obrigada a retirar do seu Instagram uma postagem na qual acusa a atual presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio, de ter renunciado ao cargo para “acomodar interesses no processo eleitoral”. Prudêncio anunciou que, para garantir isonomia, se licenciará para concorrer ao cargo de conselheira federal na chapa da situação. O presidente da Comissão Eleitoral Nacional, Marco Aurélio de Lima Choy, determinou que Vívian retirasse a publicação e também fez advertências sobre sua conduta.

Economia de SC

Santa Catarina registrou um crescimento de 4,3% na economia entre janeiro e julho, superando a média nacional e posicionando-se como o terceiro estado com maior crescimento econômico do Brasil. Os dados são apurados pelo Banco Central e medem a atividade econômica, ou seja, indicam uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado do ano, a economia catarinense cresceu 4,3%, ficando atrás apenas do Ceará (+5,6%) e do Pará (+5,5%). O percentual está à frente de estados como Paraná (+0,3%), Minas Gerais (+2,1%) e Bahia (+2,4%), além de São Paulo (+4,1%). O crescimento da economia nacional em 2024, nos sete primeiros meses, é de 2,6%.

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