Brasil aceita custodiar embaixadas de Argentina e Peru na Venezuela

O Brasil vai assumir a representação diplomática da embaixada da Argentina em Caracas (Venezuela). O mesmo deve ocorrer com a embaixada do Peru. O Planalto aguarda um pedido oficial do governo peruano, mas já há sinal verde para aceitá-lo. A medida ocorre depois de o governo de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) ter determinado a expulsão do corpo diplomático de 7 países da América Latina. 

O papel brasileiro nas embaixadas, segundo apurou o Poder360, será o de custodiar as instalações e os arquivos, mas pode haver alguma tarefa de representação diplomática. O Brasil está tratando dos detalhes de como seria feita a segurança dos 6 venezuelanos asilados na embaixada da Argentina. 

Os asilados receberam a proteção do governo argentino. Eles fizeram parte da campanha adversária a de Maduro, encabeçada por Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) e com forte atuação da principal opositora do governo atual, María Corina Machado. 

O assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim, se reuniu com Maduro depois das eleições. Segundo o jornal O Globo, ele apelou para que o governo venezuelano evitasse uma invasão nas embaixadas, algo que poderia se transformar em uma catástrofe.

No X (ex-Twitter), María Corina agradeceu a ajuda do Brasil. “Agradecemos ao governo do Brasil pela disposição em assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela, e a proteção de sua sede e residência, bem como a integridade física de nossos colegas asilados na referida residência”, escreveu.

Além de Argentina e Peru, Maduro determinou a expulsão do corpo diplomático de Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai. Os países contestaram o resultado das eleições de domingo (28.jul) anunciados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). 

O órgão declarou Maduro como vencedor da eleição com 51,2% dos votos. A oposição contesta o resultado e fala em fraude. 

NICOLÁS MADURO

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”. Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).


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