Com feito histórico, Hugo Calderano fura a ‘bolha olímpica’ 

Em um país como o Brasil, onde ainda se caminha a passos lentos no combate à monocultura esportiva do futebol, é espantoso o feito alcançado por Hugo Calderano. O título inédito da Copa do Mundo de tênis de mesa, alcançado neste domingo (20) em Macau (CHN), não tem apenas um peso enorme para a história da modalidade no Brasil. Afinal, ele foi o primeiro atleta do mundo fora da China e da Europa a conquistar um título deste torneio, o segundo mais importante do esporte. 

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É possível ter uma dimensão do feito de Calderano quando se expande um pouco mais o olhar além das nossas bolhas olímpicas. Vejam além de nossos blogs e sites favoritos ou dos perfis que seguimos nas redes sociais. É coisa para poucos o que ele fez. 

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Neste domingo, a inédita conquista de Hugo Calderano foi aclamada no noticiário geral de vários canais de TV (aberta e por assinatura), por exemplo. Teve sua foto estampada em capa online de jornal, como a Folha de S. Paulo. E mais: o feito foi exaltado até nos intervalos dos jogos da rodada do Campeonato Brasileiro de futebol! 

Outros que furaram a bolha

Ainda é cedo para cravar que o “efeito Calderano” chegou para ficar. Ou que o Brasil vai conseguir massificar o tênis de mesa em pouco tempo. Acho bem difícil. Mas já é possível dizer que ele alcançou algo que pouquíssimos atletas brasileiros o fizeram: furar a bolha olímpica. 

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Fora o período de Olimpíadas, quando obviamente a atenção geral do público já está direcionada ao esporte, não chega a uma dezena o total de atletas brasileiros “descobertos” pelos demais torcedores após um grande feito internacional. Sem levar em conta também os esportes coletivos, que sempre têm mais atenção no Brasil.

Possivelmente posso ter esquecido alguém nesta lista, mas estes foram alguns dos pioneiros. Confira: 

Daiane dos Santos

Daiane dos Santos furou a bolha
A ginasta foi a primeira campeã mundial brasileira na ginástica artística (Divulgação/COB)

Daiane dos Santos encantou o mundo, e o Brasil logicamente, ao se tornar a primeira campeã mundial na ginástica artística em 2003, em Anaheim (Estados Unidos). Na prova do solo, ao som do inesquecível “Brasileirinho”, Daiane virou um fenômeno nacional a partir desta conquista. 

Gustavo Kuerten

Sydney-2000 Gustavo Kuerten
Gustavo Kuerten surpreendeu o mundo com o título de Roland Garros em 1997 (Reprodução)

Fora do mundo do tênis, quase ninguém tinha ouvido falar direito daquele garoto loiro alto e cabeludo, chamado Guga. Isso até o torneio de Roland Garros de 1997. Com uma campanha impecável, Gustavo Kuerten, então nº 66 do mundo, de apenas 20 anos de idade, superou dois top-10 na caminhada, Thomas Muster (AUT) e Yevgeny Kafelnikov (RUS) e o espanhol Sergi Bruguera (16 do mundo) na final. A “Gugamania” tomou conta do Brasil por mais alguns anos. 

Ronaldo da Costa

A maratona, das provas do atletismo, sempre pareceu algo inalcançável para os brasileiros nas provas internacionais até 1998. Foi na Maratona de Berlim daquele ano que o mineiro Ronaldo da Costa, o Ronaldinho, colocou o Brasil como protagonista. Com uma performance sensacional, ele venceu a prova com o tempo de 2h06min05s. Ronaldinho tornou-se o primeiro atleta da história a correr uma maratona com um ritmo inferior a 3 minutos por quilômetro. Sua marca permaneceu como recorde sul-americano e brasileiro até 2022, quando Daniel do Nascimento completou a Maratona de Seul em 2h04min51s. 

Gabriel Medina

Gabriel Medina em ação nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 (William Lucas/COB)
Gabriel Medina em ação nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 (William Lucas/COB)

Muito antes do surfe ser incluído como esporte olímpico, o nome de Gabriel Medina já tinha furado a tal da bolha. Mais precisamente em 2014, quando conquistou, com apenas 20 anos, o primeiro título mundial profissional de surfe da WCT para um brasileiro. Feito esse que voltou a alcançar em 2018 e 2021, além de dois vices, em 2017 e 2019. Medina é o maior representante da chamada “Brazilian Storm” do surfe mundial. 

É obrigatório fazer uma observação a esta lista e incluir outros dois nomes que já ganharam o coração dos brasileiros pelo que fizeram em Olimpíadas e fora delas. Primeiro, Rebeca Andrade, da ginástica artística, bicampeã olímpica e tricampeã mundial. Depois, Alison dos Santos, campeão mundial e duas medalhas de bronze nos 400 m com barreiras do atletismo. Eles são alguns dos personagens que vão tentar acabar com aquela tal de monocultura esportiva do Brasil. 

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