O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21/4), após 12 anos de pontificado à frente da Igreja Católica. Ele enfrentava problemas de saúde e passou por internações recentes, não resistindo às complicações.
Com a vacância do trono de São Pedro, tem início o processo de escolha do novo líder máximo da Igreja: o conclave. Entre os cardeais aptos a participar da eleição estão três nomes de Santa Catarina, que além de votarem, também podem ser votados para o posto mais alto do catolicismo.
Catarinenses entre os papáveis
O Brasil possui atualmente oito cardeais, sendo que sete estão aptos a votar. O mineiro Dom Raymundo Damasceno Assis, com 88 anos, está fora do processo por ultrapassar o limite de 80 anos imposto pelo Vaticano. Dentre os elegíveis, três são naturais de Santa Catarina:
Dom João Braz de Aviz – natural de Mafra
Nascido em 24 de abril de 1947, Dom João iniciou sua formação religiosa em Assis (SP) e estudou Filosofia e Teologia no Brasil e em Roma. Ordenado padre em 1972, atuou em diversas funções pastorais antes de ser nomeado bispo auxiliar de Vitória (ES), arcebispo de Maringá (PR) e depois de Brasília (DF).
Conhecido por sua defesa da Teologia da Libertação, foi nomeado cardeal em 2012 após assumir a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada no Vaticano. Já teve seu nome citado como possível sucessor papal no conclave de 2013. Sobreviveu a um sequestro e disparo de escopeta em 1983, episódio que marcou sua trajetória.
Dom Jaime Spengler – natural de Gaspar
Nascido em 6 de setembro de 1960, ingressou na Ordem dos Frades Menores e foi ordenado sacerdote em 1990. Com especialização em Sagradas Escrituras, estudou em Jerusalém e teve atuação destacada como arcebispo de Porto Alegre desde 2013.
É presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano desde 2023. Em 2024, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco. É reconhecido por sua liderança pastoral e influência na Igreja da América Latina.
Dom Leonardo Ulrich Steiner – natural de Forquilhinha
Nascido em 6 de novembro de 1950, Dom Leonardo foi ordenado padre em 1978 por Dom Paulo Evaristo Arns, seu primo. Formado em Filosofia e Teologia, tem mestrado e doutorado em Roma, e também atuou como secretário-geral da CNBB.
Foi bispo de São Félix do Araguaia (MT), bispo auxiliar de Brasília e, desde 2019, arcebispo de Manaus. Em 2022, tornou-se cardeal, e em 2023, foi eleito presidente do Conselho Indigenista Missionário. É conhecido pelo compromisso com questões sociais e defesa dos povos indígenas.
Como funciona o conclave
A eleição do novo papa ocorre entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice. Apenas cardeais com menos de 80 anos podem participar. Reunidos na Capela Sistina, no Vaticano, os cardeais permanecem isolados até a definição do sucessor.
A eleição exige ao menos dois terços dos votos. Se não houver consenso, ocorrem novas votações, e, após sucessivas rodadas, a disputa pode ser reduzida a dois nomes para uma votação final.
A tradicional fumaça preta indica que o papa ainda não foi escolhido. Quando a fumaça branca surge, é sinal de que o mundo tem um novo pontífice, que será apresentado na sacada da Basílica de São Pedro, em Roma.