COB tenta ampliar participação feminina nas comissões técnicas

Nesta semana, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) realizou mais uma edição do Fórum Mulher no Esporte. O evento busca discutir a participação feminina no ambiente esportivo como um todo, não apenas dentro da quadra, pista, campo ou piscina. Nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, pela primeira vez, o número de cotas para atletas mulheres foi o mesmo do que o de homens. Mas nas equipes de apoio, apenas 13% das oficiais eram mulheres. E o COB tem trabalhado para aumentar esse número.

Capacitação de novas treinadoras

Com o intuito de aumentar o número treinadoras no Brasil, o COB criou em 2024 o programa MIRA: Mentoria Individualizada Reflexão e Ação. No ano passado, o MIRA trabalhou com 10 treinadoras, recebendo mentoria de especialistas na identificação de oportunidades de desenvolvimento a partir da compreensão de sua trajetória individual.

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“O COB tem trabalhado para tentar aumentar essa porcentagem de mulheres nas comissões técnicas em Los Angeles. A gente tem alguns mecanismos para isso como o MIRA, que é uma ação dentro do COB que capacita mulheres treinadoras. Em 2024 a gente capacitou 10 treinadoras e em 2025 a gente tá com a expectativa de ter 18 mulheres no programa”, afirmou Yane Marques, vice-presidente do COB, em entrevista ao OTD.

Uma das primeiras participantes do MIRA foi Gabrielle Moraes. Ela competiu com o conjunto brasileiro da ginástica rítmica na Rio-2016. Agora, a ginasta está em processo de transição de carreira. Após participar do MIRA em 2024, Gabi está como auxiliar técnica de Camila Ferezin, head coach da seleção brasileira. “Eu fico bastante orgulhosa, porque a Gabriele iniciou a ginástica rítmica comigo com seis anos de idade. Ela se tornou uma atleta olímpica e hoje ela é meu braço direito, como assistente técnica da seleção brasileira. Então tudo que ela aprendeu comigo, ela tá colocando em prática agora, com a seleção brasileira”, contou Camila Ferezin.

“Cota” nas comissões técnicas em Assunção

O Comitê Olímpico do Brasil já terá uma ação específica para aumentar a presença feminina nas comissões técnicas já nos Jogos Pan-Americanos Júnior deste ano, que aconterão em agosto, no Paraguai. O COB solicitou às confederações para que as comissões técnicas de cada modalidade tenham ao menos 30% de mulheres na sua composição.

No atletismo, por exemplo, o Brasil teve apenas três treinadoras em Paris-2024, entre vários homens. Com um número de credenciais limitadas, acabam sendo privilegiados os treinadores dos principais atletas da seleção brasileira. Uma das técnicas em Paris foi Gianetti Sena, mãe e treinadora de Caio Bonfim, medalhista de prata na marcha atlética na última Olimpíada.

“Eu trabalho com o atletismo que é um esporte individual. O que acontece é que quando você vai pros Jogos Olímpicos ou para um Mundial, o atleta tem que fazer uma marca estabelecida. E muitas vezes esses atletas são treinados por homens. No atletismo, tem muita treinadora nova que está chegando, se capacitando e preparando para fazer com que seus atletas consigam esses índices, para a gente poder estar também com eles numa Olimpíada”, explicou a treinadora. Mas medidas como a que o COB promoverá em Assunção-2025, podem ajudar a acelerar o processo e colocar mais treinadoras mulheres em evidência.

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