Diretor do Fed apoia corte de juros com inflação acima da meta

O diretor do Fed (Federal Reserve), Christopher Waller, disse nesta 2ª feira (14.abr.2025) que, se o impacto das tarifas norte-americanas ameaçar uma desaceleração econômica profunda, ele apoiaria um corte de juros mais cedo, mesmo que seja acompanhado por um salto na inflação.

“Se a desaceleração for significativa e até ameaçar uma recessão, então eu esperaria favorecer o corte da taxa de política do Fomc [Federal Open Market Committee] mais cedo e em maior extensão do que eu havia pensado anteriormente”, disse Waller em um discurso em St. Louis.

Waller disse que seria favorável a cortes nas taxas mesmo se a inflação estiver “bem acima” da meta de 2% do Fed, já que os riscos de uma desaceleração econômica profunda superam o risco de que os cortes nas taxas impulsionem a inflação.

“Espero que o risco de recessão supere o risco de escalada da inflação, especialmente se os efeitos das tarifas no aumento da inflação forem de curta duração”, disse Waller.

Ele também indicou para a possibilidade de um cenário de tarifas elevadas, desacelerando o crescimento econômico “a um ritmo muito lento”, enquanto aumenta significativamente a taxa de desemprego.

Mas, embora a inflação possa aumentar significativamente, potencialmente atingindo um pico próximo a 5% —se as empresas repassarem os custos das tarifas nos próximos meses— Waller disse que espera que ela retorne a um “nível mais moderado em 2026”, reiterando sua visão de que a inflação impulsionada por tarifas pode ser transitória.

Em um cenário mais moderado, no qual as tarifas são mais baixas, como uma base de 10% em geral, Waller disse que o efeito máximo sobre a inflação poderia ser em torno de 3%.

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