Pesquisa Genial/Quaest provoca ‘rombo no casco’ do governo Lula; veja números

Isso pode ser entendido, por exemplo, quando se olha com atenção uma pergunta da pesquisa que parece sem importância, mas não é.

A pergunta é: “Você acha acha o Lula bem-intencionado?” Pela primeira vez desde 2023, o percentual de “não” superou o “sim”: 47% a 44%.

É um resultado que pode indicar uma fissura importante na imagem do presidente da República.

Desde a posse de Sidônio Palmeira em 14 de janeiro, Lula seguiu de forma bastante disciplinada o receituário do seu novo ministro-chefe da Secom para tentar virar o jogo da baixa aprovação.

Passou a dar muito mais entrevistas do que jamais havia dado desde a posse dele em 2023. E a viajar para os estados como nunca tinha feito.

Mais: aprontou um pacote de bondades que misturou credito consignado pros celetistas com o projeto que isenta o Imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil, além da promessa de aumentar as faixas do Minha Casa Minha Vida para quem ganha até R$ 14 mil.

Mas não adiantou.

É como se um atleta tomasse um anabolizante em, em vez de os músculos crescerem, os músculos murchassem.

Algo deu muito errado nesta fórmula.

Um exemplo disso é que Lula passou a aparecer muito mais, mostrar a cara, dar muito mais entrevistas.

E o resultado disso foi o contrário do pretendido, segundo a Quaest. Uma das perguntas da pesquisa foi: “Lula tem aparecido mais ou menos fazendo discursos ou dando entrevistas? 50% dos entrevistados disseram que ele tem aparecido menos, dado menos entrevistas, contra 38% que acham que ele tem aparecido mais.

O que se tira daí é que o Lula tem falado, mas não tem sido ouvido ou percebido pelos brasileiros.

Há uma outra pergunta na pesquisa Quaest que também é reveladora da situação complicada do presidente: “As aparições de Lula têm melhorado ou piorado a sua percepção sobre ele?” 50% dos entrevistados acham que piorou. E 38% que melhorou. Ou seja, quanto mais aparece, pior fica.

Novamente, mostra um problema focado na figura de Lula.

Não se deve esquecer que essa pesquisa foi feita sob o impacto da pancadaria em cima de Jair Bolsonaro, que virou réu por golpismo na semana passada.

A pesquisa Quaest de hoje é o maior anticlímax que poderia existir par o megaevento que Sidônio Palmeira está preparando para amanhã num centro de convenções em Brasília com o objetivo de propagandear o que Lula fez nestes dois anos e quatro meses de governo.

O evento vai ocorrer neste clima. Enquanto no palco do evento os convidados falarão das maravilhas do governo, sobre o palco estará pairando o fantasma da desaprovação que não para de subir.