Abril Laranja: SC intensifica campanha de prevenção contra a crueldade animal

O mês de abril marca uma importante mobilização em prol da causa animal: o Abril Laranja, campanha dedicada à prevenção da crueldade contra os animais. Em Santa Catarina, a Diretoria de Bem-Estar Animal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde (Semae) intensifica ações para conscientizar a população sobre a importância da proteção aos animais, com foco especial no combate à farra do boi, à venda e compra irresponsável de coelhos na Páscoa e na realização de um grande evento no final do mês para debater políticas públicas voltadas à causa.

A intenção da Secretaria é mudar dados que ainda assustam em Santa Catarina: entre 2019 e abril de 2024, foram abertos 4.274 inquéritos para investigar maus-tratos a animais.

“A crueldade contra animais é uma realidade alarmante e exige ações efetivas. Entre as medidas adotadas pela nossa Diretoria de Bem-Estar Animal, destacam-se a educação da população, a promoção de fóruns para debates, o apoio a entidades e prefeituras no resgate e reabilitação de animais, além do incentivo à adoção responsável e à esterilização como forma de controle populacional”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente e Economia Verde de Santa Catarina, Emerson Stein.

De acordo com especialistas, um dos maiores desafios é o combate a práticas tradicionais e culturais que perpetuam o sofrimento dos animais, como a farra do boi, ainda realizada de forma clandestina em algumas cidades litorâneas de Santa Catarina. Além disso, a venda indiscriminada de coelhos como presente de Páscoa é um problema recorrente, pois muitos desses animais acabam abandonados dias após a celebração.

“Cabe ao poder público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para a preservação do meio ambiente. A partir disso e percebendo que educar a população é tão importante quanto punir, estamos trabalhando para conscientizar sobre a necessidade de se preservar o bem-estar animal e denunciar aos órgãos responsáveis casos de maus-tratos”, afirmou Fabrícia Costa, diretora do Bem-Estar Animal da Semae.

Impactos da Farra do Boi

Apesar de proibida e considerada crime ambiental desde 1997 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a farra do boi ainda é praticada ilegalmente em diversas comunidades catarinenses. Durante o Abril Laranja, a Diretoria de Bem-Estar Animal reforça as campanhas de conscientização e incentiva a população a denunciar casos de maus-tratos aos órgãos competentes. A meta é esclarecer que a prática não é uma manifestação cultural legítima, mas sim um crime que resulta em sofrimento extremo para os animais.

 

Foto: Divulgação/PMSC

Além disso, quem estiver envolvimento neste tipo de ação leva multa. Em 2020, a Assembleia Legislativa de SC, aprovou a Lei nº 17.902/20, que determina a aplicação até R$ 10 mil para quem praticar, assistir, ceder o espaço ou enviar o boi para a farra. Sendo uma grande conquista para os ativistas e uma ferramenta importante para se combater essa ação tão cruel que é a farra do boi.

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