ARTIGO: CUSTA CARO, CRIA TRANSTORNOS, MAS É VITAL PARA O FUTURO DAS CIDADES

A implantação da fiação subterrânea nas cidades pode demorar, mas é inadiável sua instalação

A fiação subterrânea traz diversas vantagens para sustentar o sistema de posteamento de uma cidade, tanto em termos de infraestrutura quanto de qualidade de vida da população. E observando a situação de cidades litorâneas como Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí e várias outras, onde os postes estão superlotados de fios de toda natureza, num verdadeiro emaranhado que além dos transtornos causados, também enfeia as cidades, prejudicando seu visual etc. Mas essa implantação, dia mais dia menos, vai acabar acontecendo. Vou apontar aqui os principais benefícios que isso poderia trazer.

Na segurança, por exemplo, a fiação subterrânea reduz o risco de acidentes elétricos, quedas de postes e curto-circuito causados por tempestades, galhos de árvores ou colisões de veículos. A fiação subterrânea melhora a aparência da cidade, eliminando a poluição visual causada por fios e cabos suspensos que causam um verdadeiro emaranhado em cada poste. Traria também menos manutenção e interrupções, pois a fiação subterrânea estaria protegida contra intempéries, reduziria quedas de energia por tempestades, ventos fortes ou vandalismo. Ela também colabora com a valorização imobiliária, pois áreas com cabeamento subterrâneo tendem a ser mais valorizadas devido à estética e segurança aprimoradas. Apesar do custo inicial elevado, os sistemas subterrâneos tendem a ter uma vida útil maior e demandam menos manutenção ao longo do tempo. Redução dos riscos de incêndios é outro fator essencial, pois esse tipo de cabeamento evita curtos-circuitos aéreos que podem causar incêndios, especialmente em áreas com vegetação densa.

Mas, apesar de todas essas vantagens, o custo para se implantar o cabeamento subterrâneo é alto, por exigir escavações complexas, planejamento detalhado, e até desapropriações em alguns casos. Por isso, algumas cidades estão optando por adotar o sistema subterrâneo apenas em novos empreendimentos ou fazendo a substituição gradual da rede aérea.

Vejam o caso de Balneário Camboriú, que assinou nesta segunda-feira um importante contrato para desenvolver a chamada “cidade inteligente”. Esse projeto vai atingir, inclusive, as questões da rede elétrica. No entanto, achamos que sem a implantação do cabeamento subterrâneo, que é politicamente viável, todo esse esforço da atual administração estará incompleto.

O que se espera é que os novos prefeitos que assumiram em janeiro deste ano, todos com o compromisso de elevar as condições de vida e de mobilidade urbana aos munícipes, façam um grande esforço e, sob a regência da AMFRI, possam encontrar uma solução concreta através dos governos do Estado e do País, para conseguir-se um financiamento pelo BNDES ou até pelo Banco Mundial que possibilite essa implantação. A região está exigindo esse esforço (como já vem ocorrendo com o serviço de transporte que ligará as cidades litorâneas desde Navegantes até Bombinhas, passando sob as águas do próprio Rio Itajaí na cidade portuária – o Programa de Mobilidade Integrada Sustentável da Foz do Rio Itajaí).

Mas tem que começar agora, mesmo que para isso seja necessário mover céus e terra.

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(L. Pimentel – jornalista)

 

 

 

 

 

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