Preço do ovo sobe quase 20% em março, mas especialistas projetam queda após a Quaresma

O ovo de galinha, um dos itens mais presentes na mesa do brasileiro, registrou uma alta expressiva de quase 20% em março. O aumento tem preocupado consumidores e comerciantes, mas especialistas apontam que a tendência é de estabilização nos próximos meses.

A alta, no entanto, é explicada por uma combinação de fatores que impactam diretamente a produção e a oferta do alimento.

Por que o preço do ovo subiu tanto?

O aumento no valor do ovo tem várias explicações, desde fatores sazonais até o impacto de custos de produção. Entre os principais motivos, estão:

  • Aumento no custo da ração: O milho, principal componente da alimentação das galinhas, ficou 30% mais caro desde julho de 2024, impactando diretamente os custos de produção.
  • Calor excessivo: As altas temperaturas afetam a produtividade das aves, reduzindo a oferta de ovos no mercado.
  • Demanda maior durante a Quaresma: Muitas pessoas deixam de consumir carne vermelha nesse período e optam pelo ovo como alternativa, o que impulsiona os preços.
  • Custos com insumos em alta: Já o custo com embalagens disparou, com variação de mais de 100% em alguns casos. Esses dois fatores contribuíram diretamente para elevar o custo de produção.

Quaresma intensifica a demanda por ovos

A Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, também tem papel fundamental nessa elevação. É tradição entre muitos brasileiros diminuir o consumo de carne vermelha nesse período, o que aumenta a procura por ovos e carnes brancas.

Embora essa alta sazonal já seja esperada todos os anos, em 2025 o movimento ocorreu de forma antecipada e mais intensa, surpreendendo até mesmo analistas do setor.

Há previsão de queda no preço do ovo?

A expectativa é que os preços comecem a recuar após a Páscoa, com o fim da Quaresma e a consequente redução da demanda. No entanto, essa queda pode ser limitada.

A tendência de alta nos preços das carnes bovina, suína e de frango tem levado muitos consumidores a optarem pelos ovos como principal fonte de proteína, o que mantém a demanda elevada. Além disso, uma possível redução na oferta de carne bovina ao longo de 2025 pode sustentar os preços dos ovos em patamares mais altos do que os registrados nos anos anteriores.

Exportações podem influenciar o mercado interno?

O crescimento das exportações brasileiras de ovos é outro ponto de atenção. A crise sanitária causada pela gripe aviária nos Estados Unidos abriu novas oportunidades para o Brasil no mercado externo.

Apesar disso, especialistas afirmam que, por enquanto, o volume exportado ainda é pequeno em relação à produção nacional. A previsão é que apenas 0,9% dos ovos produzidos em 2025 sejam destinados à exportação, sem impacto significativo nos preços internos.

Consumo segue em alta no Brasil

Mesmo com os aumentos recentes, os ovos continuam sendo uma das proteínas mais acessíveis para a população. O consumo per capita saltou de 242 unidades em 2023 para 269 em 2024. Para 2025, a projeção é de 272 ovos por pessoa ao longo do ano.

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