Milhares protestam em Budapeste contra lei que proíbe parada LGBT

Milhares de pessoas participaram de manifestações nesta 3ª feira (25.mar.2025) em Budapeste, capital da Hungria, contra uma nova lei do Parlamento que visa a proibir a parada anual do Orgulho das comunidades LGBTQIA+ e permitir o uso de software de reconhecimento facial para identificar organizadores e participantes.

O Parlamento húngaro aprovou uma lei proposta por parlamentares do partido governista Fidesz em 18 de marçø proibindo a Marcha do Orgulho. Segundo a proposta, o ato pode ser prejudicial às crianças.

O primeiro-ministro,Viktor Orbán (União Cívica Húngara, direita), que enfrenta um desafio sem precedentes de um novo e crescente partido de oposição antes das eleições de 2026, criticou a comunidade LGBTQ+ e prometeu reprimir o financiamento estrangeiro da mídia independente e de organizações não governamentais na Hungria nas últimas semanas como parte de sua campanha.

No poder desde 2010, Orbán promove uma agenda conservadora cristã. “A vil lei aprovada [em 18.mar] não se trata apenas de proibir o Orgulho, ela efetivamente permite a supressão de qualquer forma de protesto no futuro”, escreveu no Facebook o parlamentar Akos Hadhazy, que organizou o protesto desta 3ª feira (25.mar).

Repórteres da Reuters no local estimaram que cerca de 2.000 pessoas participaram do protesto. Os manifestantes e ativistas do partido oposicionista Momentum gritaram “Europa” e “Fidesz imundo” enquanto tentavam bloquear uma ponte importante da capital húngara.

“Não se trata do Orgulho, trata-se de liberdade de reunião. Eles estão tentando restringir o direito de reunião, talvez acabar com ele completamente”, disse Zsuzsa Szabo, de 72 anos, que deslocou-se de Kecskemet, uma cidade a leste de Budapeste, para protestar.

Em 18 de março, manifestantes bloquearam uma ponte no centro de Budapeste depois da aprovação do projeto em uma tramitação acelerada.

O prefeito liberal de Budapeste, Gergely Karacsony, criticou a lei e os integrantes do partido de oposição Momentum acenderam sinalizadores de fumaça em protesto no momento da votação no Parlamento.

Os organizadores do evento afirmam que a marcha anual do Orgulho não representa uma ameaça para as crianças e que planejam realizar a celebração apesar da proibição.


Por Anita Komuves.

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