Luisa Baptista segue evolução em busca de retorno ao esporte

No próximo dia 1º de abril, Luisa Baptista deve celebrar sua maior vitória. Parece mentira, mas há cerca de 12 meses atrás, a triatleta campeã pan-americana recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ela havia acabado de vencer uma batalha pela vida depois de sofrer um atropelamento no final de 2023.

Em 23 de dezembro de 2023, Luisa Baptista teve seu treino de ciclismo na cidade de São Carlos-SP interrompido por Nayn José Sales, que voltava de uma festa dirigindo uma motocicleta sem habilitação e a atropelou violentamente.

A colisão aconteceu frontalmente. Por isso, a triatleta teve múltiplas fraturas e lesões, principalmente no pulmão. Com ferimentos graves em várias partes do corpo, foi socorrida entre a vida e a morte. Ela passou por cirurgias e ficou na UTI por meses.

Um passo de cada vez

Após receber alta da UTI, Luisa ainda passou por um processo de reabilitação, além de ser submetida a uma cirurgia no quadril. A triatleta só deixou o Hospital das Clínicas rumo à sua casa em junho e não demorou muito para entrar em uma nova fase da recuperação. 

Luisa Baptista Foto: Wagner Araújo
No fim do ano passado, Luisa fez uma corrida simbólica durante a etapa da Copa do Mundo de Triatlo em Brasília (Foto: Wagner Araújo)

Quando recebeu alta médica do hospital, Luisa iniciou um processo de reabilitação de 8 horas por dia, sendo dividido em sessões pela manhã e tarde para membros inferiores e superiores. “Estava brincando que tinha uma rotina de trabalho com mais quatro horas extras do que fazia”, brincou falando. 

Rotina de reabilitação

Atualmente em Ribeirão Preto, Luisa vem melhorando cada vez mais. Ela contou que sua rotina atual consiste em sessões de fisioterapia e um processo de retorno ao esporte. A triatleta faz os três esportes, além de musculação, durante os sete dias da semana. 

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“Minha recuperação está sendo muito mais rápida do que o esperado. Eu já voltei a fazer as três modalidades, mas ainda é um processo de retorno ao esporte. Não é nada de treinamento. É mais para readquirir a coordenação”, contou Luisa sobre o atual momento. 

“Tenho ganhado algum voluminho. Ontem, fiz um tiro de 30 segundos a 15km/h, que dá um ritmo por volta de 4 minutos por quilômetro. O que é muito bom, mas ainda é com a esteira ditando o ritmo para mim. Também não corro dois dias seguidos, pois fico com dor. É um processo de retorno ao esporte e que, pouco a pouco, tenho melhorado bastante”, disse. 

Alto desempenho

Em entrevistas à época de quando saiu do hospital, Luisa Baptista falava em retorno ao esporte e quem sabe a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2027, assim como as Olimpíadas de Los Angeles. As pretensões são mais modestas e, atualmente, Luisa prefere focar no dia a dia. Entretanto, a esperança e a confiança no processo seguem firmes.  

Luisa Baptista
Luisa nadando com alunos do Sesi-SP (Reprodução/ sesisp.triathlon)

“Hoje em dia não costumo pensar muito lá na frente porque me gera muita ansiedade.  Prefiro focar no dia a dia e esperar a melhora. Então, vou para a fisioterapia muito empenhada para me reabilitar e voltar para o esporte, e quem sabe de alto rendimento um dia”, contou. 

“Não o porquê, mas sim o para quê”

Intercalando com o processo de recuperação, Luisa Baptista também divide parte de seu tempo na busca por justiça. Muito mais do que colocar seu atropelador atrás das grades, Luisa enxerga toda a situação como uma oportunidade para fazer a diferença na vida de outras pessoas.

“No início, tive meus momentos de revolta. Mas meu pai falou uma coisa que me marcou muito. Ele disse: ‘Luisa, não se pergunte o porquê isso aconteceu com você, mas sim para quê isso aconteceu com você”, explica. 

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“O porquê traz muito sentimento de vitimismo. ‘Eu nunca fiz mal para ninguém, por que isso aconteceu comigo?’ Agora o para quê te dá um sentimento de propósito. ‘Aconteceu porque você está inspirando muito mais gente do que já inspirava antes’. ‘Aconteceu para você conseguir alguma lei mais rígida, de forma que meu caso seja usado como referência para pessoas que também foram atropeladas”, refletiu. 

Andamento do caso

Nayn José Sales, seu atropelador,  foi acusado pelo Tribunal de Justiça de tentativa de homicídio por dolo eventual. No dia do acidente, o réu cometeu quatro infrações de trânsito ao dirigir sem habilitação, além de estar na contramão e em alta velocidade, além de privação do sono por voltar de uma festa. Nayn deve ser submetido a júri popular.

Em fevereiro deste ano, veículos de comunicação da cidade de São Carlos noticiaram que o acusado acumulou mais um problema com a polícia. De acordo com as notícias, ele se envolveu em uma briga familiar e acabou esfaqueando o filho de seu padrasto.

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