Vice-líder do Governo faz novo alerta para perda de receita com IR

O deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), vice-líder do Governo na Câmara, voltou a alertar sobre o rombo na arrecadação de Estados e municípios com proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para isentar do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) quem ganha até R$ 5.000 mensais.

Governadores e prefeitos projetam perdas significativas na arrecadação, especialmente no IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) dos funcionários públicos. Esse tributo, que não transita pelo Tesouro Nacional e fica integralmente com os Estados e municípios, sofrerá impacto direto com a redução da base tributária.

“A renúncia para Estados e cidades (sobretudo a do IR retido na fonte de funcionários públicos) foi pouco explorada pela mídia e tampouco foi considerada na estimativa de impacto do Governo, que alega que isso será compensado pelo aumento do dinheiro em circulação na economia, justificativa frágil e que não possui aplicabilidade em termos da legislação fiscal”, declarou em nota técnica datada em 20 de março de 2025.

IMPACTOS

O Poder360 mostrou que o impacto sobre Estados e municípios deve ser de R$ 25 bilhões anuais. Considerou 2 pontos:

  • perda de R$ 12,5 bilhões com a redução de IR retido na fonte de funcionários públicos;
  • perda de outros R$ 12,5 bilhões com a quebra na arrecadação do dinheiro que vai para fundos que abastecem cidades e Estados.

Além disso, cálculos do gabinete de Pedro Paulo indicam que, dependendo da estrutura salarial dos Estados e municípios, a perda com o IRRF dos funcionários públicos pode variar de R$ 5,6 bilhões a R$ 14 bilhões.

Estados como Pernambuco estimam uma queda de R$ 1,4 bilhão apenas com o IRRF de seus funcionários, o que representa 56,6% da arrecadação estadual nesse imposto. No município do Rio de Janeiro, a perda estimada é de R$ 235,4 milhões, equivalentes a 11% da arrecadação municipal com IRRF.

MEDIDAS COMPENSATÓRIAS

Para evitar impactos fiscais, o governo federal estuda medidas compensatórias, incluindo:

  • Tributação mínima de 10% sobre alta renda (quem recebe acima de R$ 600 mil por ano), com arrecadação estimada de R$ 25,2 bilhões;
  • Tributação de 10% na remessa de dividendos para o exterior, que pode gerar R$ 8,9 bilhões.

O governo defende que essas medidas não só cobrirão a renúncia de R$ 25,8 bilhões, mas podem resultar em um excedente de R$ 8,32 bilhões. No cenário mais otimista, a arrecadação com a nova tributação poderia chegar a R$ 34,1 bilhões, reduzindo a necessidade de compensação aos entes federativos.

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