
Esta é a 1ª vez na história de Israel que o governo demite o chefe da segurança interna do país.
Segundo o jornal Times of Israel, durante uma reunião iniciada na noite de 5ª feira (20.mar), Netanyahu afirmou ao gabinete que havia perdido a confiança em Bar depois do ataque do Hamas contra o país em 7 de outubro de 2023.
“Eu lido com negociações diplomáticas há muitos anos. Ele tinha uma abordagem mole e não era agressivo o suficiente”, disse o primeiro-ministro, acrescentando que Bar “não é a pessoa certa para reabilitar” a agência.
Para Netanyahu, desde que Bar foi substituído por outro agente do Shin Bet (nome pelo qual a agência de segurança interna é também conhecida) na equipe de negociações com o Hamas, “os vazamentos reduziram drasticamente” e “por meio de negociações bastante bem-sucedidas”, Israel conseguiu “trazer os reféns de volta”.
Bar, no entanto, foi retirado da equipe de negociações semanas depois da assinatura do acordo de cessar-fogo com o Hamas, em janeiro. Desde então, a equipe de negociações não garantiu a libertação de mais nenhum refém além daqueles previstos no acordo.
Carta de Bar
Também de acordo com o Times of Israel, a agência de segurança interna distribuiu uma carta de Bar ao gabinete, justificando sua ausência na reunião.
“Minha decisão de não comparecer à reunião do governo decorre exclusivamente do meu entendimento de que essa é uma discussão que não está de acordo com as disposições da lei e as regras relativas à rescisão do mandato de qualquer funcionário, muito menos de um que ocupe um cargo sênior, e o cargo de chefe do Shin Bet”, disse.
Na carta, Bar declarou que uma decisão desse tipo merecia um processo com a apresentação de documentos relevantes para sustentar as alegações de parte a parte e não o que chamou de “processo aparentemente premeditado, cujo resultado é pré-determinado”.
O chefe de segurança fez críticas a “alegações infundadas” do governo, que, segundo ele, “nada mais são que um disfarce para encobrir motivos completamente diferentes, estranhos e fundamentalmente improcedentes feitos para prejudicar a capacidade do Shin Bet de cumprir o seu papel”.