Falta de conscientização sobre o uso do cinto de segurança ainda é um desafio

A segurança no trânsito é um tema recorrente, mas que nunca perde a urgência e a relevância. Entre os dispositivos de proteção para os motoristas e passageiros, o cinto de segurança é, sem dúvida, um dos mais eficazes. No entanto, uma realidade ainda persiste nas vias de todo o Brasil: muitas pessoas não utilizam o cinto, principalmente no banco de trás.

A Prefeitura de Brusque, ao lado da Secretaria de Trânsito e Mobilidade (Setram) reforça a importância dessa prática para reduzir acidentes e salvar vidas. O objetivo é orientar a população sobre a obrigação e os benefícios do uso do cinto e as consequências de não usá-lo, com foco especial nos passageiros do banco traseiro.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é categórico: o uso do cinto de segurança é obrigatório para todos os ocupantes do veículo, incluindo aqueles no banco traseiro (Art. 167). O descumprimento desta norma constitui infração grave, sujeita a multa de R$ 195,23 e perda de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor.

De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa uma posição alarmante no ranking mundial de acidentes viários. Em 2022, o país registrou aproximadamente 40 mil óbitos decorrentes de sinistros, sendo uma parcela significativa dessas vítimas compostas por pessoas que não utilizavam o cinto de segurança.

Um estudo conduzido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária revelou que passageiros que viajam no banco traseiro sem o cinto possuem o dobro de chances de óbito em caso de acidente. Além disso, a ausência do dispositivo de retenção aumenta consideravelmente o risco de lesões graves para os ocupantes do banco dianteiro, uma vez que o impacto pode arremessar os passageiros do banco traseiro contra os demais ocupantes do veículo.

Embora a maioria das pessoas reconheça a necessidade do cinto no banco dianteiro, ainda há uma parcela significativa da população que negligencia seu uso no banco traseiro, muitas vezes devido a uma falsa sensação de segurança ou à crença equivocada de que os riscos são menores.

O cinto de segurança foi projetado para minimizar os impactos em caso de colisão, impedindo que o corpo seja projetado para fora do veículo ou contra sua estrutura interna. Seu funcionamento, apesar de simples, é altamente eficaz:
• Ele distribui a força do impacto sobre áreas mais resistentes do corpo, como o peito e a pélvis, diminuindo os danos aos órgãos vitais;
• Em muitos casos, passageiros no banco de trás podem também ser uma ameaça para quem está na frente: durante um acidente, se não estiverem com o cinto, podem sofrer lesões graves e até causar danos aos ocupantes da frente, pois um passageiro solto pode ser lançado contra outros ocupantes do veículo.

A Setram iniciou diversas campanhas educativas para sensibilizar motoristas e passageiros quanto à importância do uso do cinto de segurança, não apenas como forma de evitar penalidades, mas, sobretudo, como um instrumento para a preservação da vida. Durante as operações de fiscalização realizadas em Brusque, a Setram sempre procurou reforçar a mensagem de que salvar uma vida é mais importante do que qualquer inconveniente causado pelo uso do cinto.

Além disso, programas educativos em escolas, palestras e eventos comunitários têm sido ampliados para engajar a população, especialmente os jovens, na criação de hábitos seguros que se perpetuem ao longo de suas vidas.

A conscientização sobre o uso do cinto de segurança, especialmente no banco traseiro, é um dos maiores desafios enfrentados no Brasil. É desta forma que pensa o diretor da Guarda de Trânsito de Brusque, Roberto Carlos Marques. “No entanto, com ações educativas, fiscalização e maior envolvimento da sociedade, é possível reduzir significativamente os índices de óbitos e lesões graves no trânsito”, analisou.

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