Governo quer ganhar popularidade antes de reformar o setor elétrico

O governo aguarda uma reconquista de sua popularidade para apresentar ao Congresso a reforma do setor elétrico, que tem como objetivo reduzir os subsídios na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) –encargo pago por todos os brasileiros na conta de luz–, abrir o mercado livre de energia e por fim reduzir o preço da energia elétrica no país.

Em conversa com jornalistas nesta 2ª feira (17.mar.2025), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o projeto permanece em análise na Casa Civil e só deve ser apresentado depois que o governo encontrar a forma certa de comunicar a ideia. Esse é um reflexo do que se deu com a regulação do pix, que no final se tornou munição da oposição contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“As redes sociais transformam as informações. Aconteceu isso na política do PIX, política super bem intencionada, o presidente Lula jamais admitiria qualquer possibilidade de taxar o pobre, de taxar as classes que ele representa com tanto vigor e com tanta determinação. Mas, infelizmente, as fake news e a distorção dos fatos hoje atingem, infelizmente, uma parte substancial da opinião pública”, disse Silveira. “Toda política transversal, ela deve ser primeiro comunicada de forma adequada. Hoje nós temos que primeiro ganhar a sociedade”.

Silveira declarou que a proposta de reforma do setor elétrico tem um potencial grande de desgastar o governo pois mexerá com muitos interesses. Na visão do ministro, o governo precisa focar na recuperação da popularidade e na construção de uma estratégia que transmita os benefícios técnicos da proposta aos brasileiros.

“Infelizmente, se você lança uma política pública extremamente coerente, super bem intencionada, super bem debatida, tecnicamente viável, ainda conseguem fazer notícia negativa ou distorcer os fatos, atingindo a opinião pública contra o país, não só contra o governo. Por isso, a política do setor elétrico, está sendo cuidadosamente discutida, Ela será uma política estruturante. Ela vai mexer com muitos interesses, porque, naturalmente, o setor que ficou tão deturpado e, em especial, por vários jabutis que foram colocados nos últimos anos nas leis que iam para o Congresso Nacional”, disse o ministro.

O ministro disse que o governo também estuda a melhor forma de apresentar a proposta ao Congresso. Silveira defende que seja como uma medida provisória, mas uma outra opção na mesa é o envio de um projeto de lei com regime de urgência.

No início do mês, Silveira afirmou que a reforma seria enviada ao Congresso em até 60 dias. Dessa vez, não confirmou o prazo, mas declarou que o texto sairá da Casa Civil ainda no 1º semestre de 2025.

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