Eólicas offshore terão crescimento recorde em 2025, diz agência

Projetos de eólicas offshore –produção de energia eólica através de torres no mar– que entrarão em operação neste ano somam uma potência de 19 GW (gigawatts). Se esse cenário se confirmar, este será o ano com a maior entrada em termos de capacidade operação de eólicas offshore na história e supera a recessão de projetos eólicos marinhos observada em 2024, quando 7,7 GW foram adicionados. Em 2023, 10,3 GW entraram em operação.

De acordo com um relatório da Rystad Energy, a China será a grande responsável pelo recorde, com novos projetos no país asiático respondendo por 65% (12,35 GW) do total estimado para entrar em operação neste ano. Outros países que trarão contribuições relevantes para o setor são o Reino Unido e a Alemanha. Eis a íntegra do documento (PDF – 334 kB, em inglês).

Apesar da boa perspectiva com novos empreendimentos, o setor global de eólicas offshore ainda enfrenta incertezas em relação aos contratos de arrendamento entre proprietários de terras e empresas de energia eólica.

Em 2024, um total de 55 GW de capacidade eólica offshore foi oferecido em leilões de arrendamento (excluindo a China continental), mas diversos certamos apresentaram ofertas abaixo da capacidade ofertada. 

Foi o caso de arrendamentos nos EUA. No leilão de eólicas flutuantes na costa do Oregon, não houve lances, enquanto o leilão do Golfo do Maine concedeu cerca de 7 GW dos aproximadamente 13 GW oferecidos. Ou seja, o interesse para novos tem sido reduzidos.

Outra incerteza em torno do setor foi a chegada de Donald Trump (Partido Republicano) na Casa Branca. No início de seu mandato, em 20 de janeiro, Trump declarou um “estado de emergência” no segmento e imediatamente suspendeu projetos de eólicas offshore na costa do país.

Uma das principais bandeiras do republicano é a redução do custo da energia elétrica no país e a estratégia do norte-americano é que isso seja alcançado com menos incentivo às fontes renováveis e maior exploração de fontes fósseis.

EÓLICAS NO BRASIL

Enquanto os EUA se desvencilham dos projetos de eólicas offhsore, o Brasil saiu no ano passado de uma longa batalha no Congresso para aprovar o Marco Legal das Eólicas Offshore. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei com veto aos 6 “jabutis” –emendas sem relação com o texto original– enxertados pela Câmara no projeto.

O Brasil ainda está engatinhando no desenvolvimento das novas tecnologias, mas o potencial brasileiro para a produção de energia em torres eólicas no mar é reconhecido. Mesmo antes da promulgação da nova lei, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) já recebeu ao menos 103 pedidos para licenciar projetos eólicos no litoral brasileiro.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a posição de Trump contra as eólicas offshore pode levar a uma migração de capital e de fornecedores para o Brasil.

No entanto, o país ainda debate se é necessário o alto investimento nas usinas marinhas frente ao espaço para construção de torres eólicas em terra que ainda existe. As eólicas em terra são cerca de 3 vezes mais baratas do que as no mar.

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