Uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Química Atmosférica da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) identificou níveis elevados de metais tóxicos em cigarros eletrônicos –os vapes –comercializados no Brasil, segundo informou a BBC Brasil na 6ª feira (14.mar.2025).
O estudo encontrou cobre, estanho, níquel e zinco em quantidades superiores às esperadas. Os resultados preliminares mostram que os metais, provenientes do circuito elétrico dos dispositivos descartáveis, contaminam o líquido inalado.
Além dos metais, foram identificados compostos usados para adicionar sabor aos vapes, incluindo realçadores de sabor e substâncias usadas em aromatizantes de velas. De acordo com a pesquisa, a inalação contínua dessas substâncias pode levar ao desenvolvimento de doenças crônicas.
Desde o surgimento dos cigarros eletrônicos na China, no início dos anos 2000, sua popularidade cresceu. Apesar da proibição de venda no Brasil desde 2009, a demanda por esses produtos permanece alta.
Diferentemente dos vapes descartáveis, os recarregáveis não apresentaram metais tóxicos em níveis significativos, possivelmente devido à separação entre o líquido e o circuito elétrico antes do uso.
A pesquisa, porém, aponta para a toxicidade dos produtos recarregáveis, com testes indicando estresse oxidativo em leveduras e células cardíacas de camundongos, um fator ligado a doenças crônicas.