Ataque aéreo israelense deixa pelo menos cinco mortos em Gaza, incluindo jornalistas, dizem médicos


O ataque ocorreu durante negociações de cessar-fogo em Cairo, no Egito. As vítimas estavam em uma missão de caridade acompanhadas por jornalistas, afirmaram testemunhas. Palestinos passam pelos escombros de edifícios destruídos, em meio ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas, na Cidade de Gaza, em 6 de fevereiro de 2025.
REUTERS/Dawoud Abu Alkas/Foto de arquivo
Pelo menos cinco palestinos, incluindo dois jornalistas locais, foram mortos e outros ficaram feridos neste sábado (15) durante um ataque israelense na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, informaram médicos palestinos.
O novo ataque ocorreu em meio às negociações de cessar-fogo entre líderes do Hamas no Cairo, Egito.
As informações do ataque foram divulgadas por agências de notícias. À Reuters, médicos afirmaram que várias pessoas ficaram gravemente feridas quando o ataque atingiu um carro, com vítimas dentro e fora do veículo.
O número de vítimas pode ser maior, com agências como a Associated Press e o jornal israelense Haaretz apontando para até oito vítimas.
Testemunhas e amigos das vítimas disseram que as pessoas no carro estavam em uma missão para a instituição de caridade Fundação Al-Khair em Beit Lahiya, acompanhadas por jornalistas e fotógrafos quando o ataque ocorreu.
Até a publicação desta reportagem, as Forças de Defesa de Israel (IDF) não haviam comentado ou assumido a autoria do ataque.
Acordo de cessar-fogo
Esse novo ataque aéreo destaca a fragilidade do acordo de cessar-fogo, firmado no dia 19 de janeiro, entre Hamas e Israel.
À época, os combates haviam sido interrompidos em larga escala na Faixa de Gaza. Apesar disso, autoridades de saúde palestinas afirmam que dezenas de pessoas foram mortas por fogo israelense durante o período.
Em resposta aos ataques relatados por médicos de Gaza, o exército israelense afirmou que seus militares intervieram para frustrar ameaças de “terroristas” que se aproximavam ou plantavam bombas perto de suas posições.
Desde que a primeira fase temporária do cessar-fogo terminou em 2 de março, Israel rejeitou a abertura da 2ª fase das negociações, que exigiria a negociação do fim permanente da guerra, principal demanda do Hamas.
Esse novo ataque, envolvendo jornalistas, coincidiu com a visita do chefe exilado do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, ao Cairo para novas negociações de cessar-fogo, visando resolver disputas com Israel que poderiam reativar os combates no enclave.
Nesta sexta-feira (14), o Hamas afirmou que concordaria em libertar um cidadão americano e israelense se Israel iniciasse a próxima fase das negociações de cessar-fogo para um fim permanente à guerra, uma oferta que Israel rejeitou como “guerra psicológica”.
Vale lembrar que a guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 a Israel, que matou cerca de 1.200 pessoas.
Desde então, estima-se que os subsequentes ataques de Israel a Gaza mataram mais de 48.000 palestinos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza, e reduziram grande parte do território a escombros, levando a acusações de genocídio e crimes de guerra que Israel nega.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.