Em 4 anos, drones armados matam 943 civis em 6 países africanos

Um levantamento da Drone Wars UK mostra que pelo menos 943 civis foram mortos em ataques de drones militares em seis países diferentes da África durante o período de 4 anos. De 2021 a 2024, segundo a ONG britânica, pelo menos 50 ofensivas letais foram confirmadas.  Eis a íntegra (PDF – 9 MB).

A pesquisa aponta para um “padrão marcante de dano civil” e uma proliferação de drones armados, importados principalmente da Turquia, da China e do Irã. Os drones Male (Medium Altitude, Long Endurance) têm sido usados em conflitos em pelo menos 6 países africanos: Sudão, Somália, Nigéria, Mali, Burkina Faso e Etiópia.

Na Etiópia, mais de 490 civis foram mortos em 26 ataques separados. A Drone Wars atribui as mortes ao governo do país, que teria intensificado as tensões internas ao marginalizar a Frente de Libertação do Povo Tigray, etnia da região de Tigré. Apesar de um cessar-fogo em 2022, os combates e ataques de drones continuaram sendo registrados.

O relatório critica a falta de controle da proliferação de drones armados no continente. E atribuiu a responsabilidade aos países que fornecem os equipamentos. A ONG pede que a comunidade internacional, incluindo o Reino Unido, monitore a situação.

“Turquia, China, Irã e outros Estados que exportam sistemas não tripulados capazes de serem armados devem reafirmar seu compromisso com a proteção de civis em conflitos armados e realizar avaliações muito mais rigorosas da probabilidade de danos civis decorrentes de tais exportações”, recomendou.

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