Diretor árabe-israelense que venceu o Oscar defende acordo de paz em Gaza

O diretor do filme “No Other Land”, (Sem Chão, em português), que venceu a categoria melhor documentário no Oscar, defendeu uma resolução pacífica para a guerra travada na Faixa de Gaza.

Durante seu discurso, jornalista israelense Yuval Abraham, um dos diretores do longa, criticou o posicionamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), que anteriormente disse que seu país deveria assumir o controle de Gaza após o cessar-fogo.

“Existe uma situação política, um caminho diferente, sem supremacia, com direitos nacionais para os 2 povos. E a política estrangeira deste país [EUA] está ajudando a impedir que esse caminho seja tomado. E por quê? Não dá para ver que nós 2 somos unidos? O meu povo só vai ficar seguro se o povo do Basel estiver livre e seguro. Existe uma outra forma de fazer as coisas. Não está tarde demais”, expressou ele.

Durante o discurso, o diretor se referiu a Basel Adra, ativista palestino que protagoniza o filme, que estava presente na premiação. O documentário mostra a luta de Basel contra a expulsão em massa da sua comunidade na região de Masafer Yatta, alvo de ocupação israelense.

“Fizemos esse filme, palestinos e israelenses, porque, juntos, nossas vidas são mais fortes. Estamos vendo a destruição de Gaza e seu povo, e isso precisa parar. Israel foi atacada em 7 de outubro, mas quando vejo Gaza, vejo meus irmãos, mas não somos iguais. Vivemos em um regime em que eu tenho liberdade sob a lei civil, e ele [Basel] atende à lei militar, que destrói a vida dele e ele não consegue controlar a sua vida”, disse o diretor.

Anteriormente, o jovem ativista já havia falado sobre a situação dos palestinos e criticou o genocídio contra seu povo. “Sinto a vigilância, sou obrigado a me mudar, nossas casas são destruídas e minha comunidade é obrigada a passar por isso todos os dias, por causa da ocupação israelense. ‘No Ohter Land’ mostra a realidade pura que resistimos há décadas e pedimos ao mundo para tomar ações sérias para acabar com isso e com o genocídio dos palestinos”, explicou Basel.

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