Ucrânia precisa de líder capaz de lidar com EUA, diz conselheiro de Trump

Mike Waltz, conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), disse neste domingo (2.mar.2025) ser necessário que a Ucrânia tenha um “líder capaz de lidar” com o país “e, eventualmente, com a Rússia” para acabar com a guerra. A fala se deu depois do bate-boca entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Em entrevista à CNN Internacional, Waltz afirmou que um acordo de paz para a guerra vai envolver “concessões de territórios” e que se as “motivações pessoais ou políticas” de Zelensky interferirem com as tratativas para encerrar o conflito, os EUA terão “um verdadeiro problema em mãos”.

“A paciência do povo norte-americano, para dar bilhões e bilhões de dólares sem perspectiva de que a guerra acabe, não é ilimitada. Nós deixamos isso claro no final da reunião”, declarou Waltz.

TRUMP E ZELENSKY: ALTERCAÇÃO

Durante um encontro tenso realizado no salão oval da Casa Branca na última 6ª feira (28.fev), Trump acusou Zelensky de “flertar” com a possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial ao resistir a um acordo para encerrar o conflito com a Rússia. 

Trump pressionou o líder ucraniano a aceitar um cessar-fogo. O republicano afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, estaria disposto a negociar. Desde 2022, os EUA mantiveram apoio à Ucrânia sob o governo de Joe Biden (democrata), mas a gestão Trump tem sinalizado uma reaproximação com Moscou.

Zelensky contestou a declaração de Trump de que cidades ucranianas foram “reduzidas a escombros” depois de 3 anos de guerra. O republicano rebateu, acusando o ucraniano de agir de forma “desrespeitosa” com os EUA. 

Você não está em uma boa posição… Está apostando com a vida de milhões de pessoas, está apostando com a 3ª Guerra Mundial… e o que está fazendo é muito desrespeitoso com este país, que o apoiou”, disse Trump, enquanto Zelensky cruzava os braços e tentava interrompê-lo. 

O ucraniano respondeu, afirmando que Trump adota uma postura mais branda em relação a Putin, o que irritou o presidente norte-americano. “Seu povo é muito corajoso, mas ou vocês fazem um acordo ou estamos fora. E, se estivermos fora, vocês terão que lutar sozinhos”, declarou Trump. 

Depois da reunião no Salão Oval, o republicano usou a rede social Truth Social para dizer que Zelensky não “estaria pronto para a paz”. Além da guerra, a ida de Zelensky a Washington D.C. pretendia tratar de um acordo para a importação de minerais extraídos no país europeu.

O fim abrupto da viagem oficial deixou a assinatura do termo em aberto. Os Estados Unidos querem que a Ucrânia ceda parte desses materiais como compensação pelos pacotes de ajuda enviados a Kiev desde 2022. Incluem componentes essenciais para baterias, produção de titânio e metais de terras raras utilizados em eletrônica, turbinas eólicas, armas e outros produtos.

Depois do embate, líderes de países aliados saíram em defesa de Zelensky. As manifestações se dão, também, depois do governo dos EUA fazer tratativas diretas com Putin, excluindo a União Europeia da mesa de negociações. 

O premiê do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou neste domingo (2.fev) acordo de 1,6 bilhão de libras (aproximadamente US$ 2 bilhões ou R$ 11,8 bilhões) para que a Ucrânia compre 5.000 mísseis de defesa aérea por meio de financiamento de exportação.

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