Veja como ‘Ainda Estou Aqui’ recriou o Rio de 50 anos atrás e onde ficam lugares ligados ao filme concorrente ao Oscar


Gravações do filme aconteceram em vários pontos da cidade. Alguns reproduzem lugares que foram desativados ou não existem mais como na década de 1970. O Rio de Janeiro entra em cena em “Ainda estou aqui”
Neste domingo (2), um dia depois do aniversário do Rio, “Ainda Estou Aqui”, concorre ao Oscar em três categorias – filme, filme internacional e atriz (Fernanda Torres). Um dos grandes trunfos do filme de Walter Salles é recriar com precisão de detalhes a capital fluminense dos anos 1970.
Para retratar a cidade de 50 anos atrás, alguns locais atuais foram adaptados com elementos cênicos que remontam à época, como carros antigos, e outros foram filmados em outras locações usadas como cenário.
O g1 visitou alguns dos lugares e montou um roteiro de pontos do Rio ligados ao longa. Veja abaixo.
Parte dos locais do Rio de Janeiro que foram usados no filme ‘Ainda Estou Aqui’
Bruna Azevedo/ Infográfico g1
Em 1971, ainda havia casas na Avenida Delfim Moreira, na orla do Leblon. A família Paiva vivia em uma delas, bem na esquina com a Rua Almirante Pereira Guimarães. Tempos depois, a casa se tornou um restaurante e depois foi demolida para dar lugar a um prédio.
Uma casa muito parecida foi encontrada na Urca e serviu de cenário para as gravações. O imóvel de 1937, que possui estrutura modernizada, passou por adaptações para ter a mesma aparência a casa da família na década de 70 do século passado.
Atualmente, o imóvel que tem quatro suítes, piscina e elevador está à venda por R$ 14 milhões. Com o sucesso do filme, o local se tornou um ponto turístico (veja no vídeo abaixo).
Veja como é a casa onde foi gravado o filme “Ainda Estou Aqui”
“Eles moldaram completamente a casa para a década de 70. Refizeram toda parte externa e internamente também decoraram tudo para o filme”, contou Marcelo Dias, corretor responsável pela venda da casa.
O cenário onde Eunice Paiva dá braçadas no mar também é lembrado pelos espectadores, mas o mar do Leblon continua o mesmo, com o Morro Dois Irmãos ao fundo.
Confeitaria e lanchonete
Confeitaria Manon, no Centro do Rio, onde cenas do filme ‘Ainda Estou Aqui’ foram gravadas
Stephanie Rodrigues/ g1
Uma das cenas mais comentadas na campanha de Fernanda Torres pelo Oscar de melhor atriz foi em uma lanchonete. Na história, o lugar dos lanches da família era atradicional lanchonete Chaika, em Ipanema, que não existe mais desde 2012.
O lugar usado para substituição foi a Confeitaria Manon, de 1942, que possui aparência muito semelhante da época da fundação. A gravação foi feita dia 30 de junho do ano passado, um domingo.
“Não mexeram em nada. Só tiraram as toalhas do dia a dia, algum mobiliário jogou para lá e até o próprio buffet eles mantiveram”, contou Fabiula González Lopes, dona da confeitaria.
A Manon fica na Rua do Ouvidor, próxima ao Largo de São Francisco, no Centro do Rio. O filme não passa incólume pelos clientes.
“É maravilhoso. As pessoas gostam. As pessoas vêm aqui só para sentar na mesa e cadeira que a Fernanda sentou”, disse Fabiula.
O cuidado na adaptação está presente nos detalhes. O Colégio Sion, no Cosme Velho, na Zona Sul, aparece quando Eunice está no colégio dos filhos. Foi lá, de fato, que as crianças estudaram – o nome da escola é citado no filme, que mostra a mãe conversando com uma freira sobre
O Túnel Rio 450, na Zona Portuária, foi usado em uma cena em que a filha mais velha, Vera Paiva, e os amigos são revistados pela polícia do Exército.
A via foi inaugurada em 2015, como parte das comemorações dos 450 anos do Rio de Janeiro, para melhorar o trânsito na região.
Veja abaixo outros lugares e suas relações com o filme.
Violência da ditadura
Busto de Rubens Paiva na Tijuca, na Zona Norte do Rio
Stephanie Rodrigues/ g1
O Instituto Municipal Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, na Zona Norte, representou a sede do DOI-CODI, um dos locais usados pela repressão. A área onde o filme foi gravado está desativada e fica fechada ao público.
O local real da repressão durante a ditadura fica na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, também na Zona Norte. Atualmente, lá funciona 1º Batalhão de Polícia do Exército. De acordo com a Comissão da Verdade, Rubens Paiva foi morto no local. Atualmente, um busto lembra a memória do deputado.
* estagiária sob supervisão de Stephanie Rodrigues
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