Preço dos ovos sobe 22% em Santa Catarina desde janeiro

O preço dos ovos de galinha tem registrado alta em diversas regiões do Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o valor do produto subiu cerca de 40% desde a segunda quinzena de janeiro. O aumento é atribuído a fatores como a alta demanda, a oferta reduzida e mudanças na classificação de peso do produto.

Desde setembro de 2024, uma portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária estabeleceu uma nova classificação para os ovos, reduzindo o peso médio das unidades em aproximadamente 10 gramas. Segundo a Abras, essa alteração impactou o custo-benefício do produto, tornando-o mais caro para os consumidores. Em Santa Catarina, o preço do ovo aumentou 22% entre janeiro e fevereiro deste ano. A bandeja com 30 ovos chega a custar R$ 30 em alguns pontos de venda.

Fatores que influenciam a alta

A professora de Economia da Unochapecó, Tatiane Mattei, explica que a alta nos preços dos ovos segue a lógica da oferta e demanda. Segundo ela, a demanda por ovos costuma aumentar no período que antecede a Páscoa, pois muitas pessoas reduzem o consumo de carne vermelha durante a Quaresma. Esse comportamento já foi observado em Chapecó no ano passado, quando pesquisas indicaram aumento no preço dos ovos nessa época.

Outro fator que impulsiona a procura pelos ovos é o preço elevado da carne vermelha, levando muitos consumidores a optarem pelos ovos como alternativa proteica. Além disso, as condições climáticas adversas, como ondas de calor, impactaram a produção, já que as aves consomem menos alimento e reduzem a postura de ovos. O aumento no custo de produção, influenciado pela alta no preço do milho, um dos principais insumos na alimentação das aves, também tem sido
repassado ao consumidor final.

Em Chapecó, os preços médios dos ovos ainda não apresentaram alta na pesquisa do custo do cesto básico realizada pelo curso de ciências econômicas e observatório Pólen no início de fevereiro.

Produção em Santa Catarina

Santa Catarina é um dos principais estados produtores de ovos do país. Em 2023, o estado registrou uma produção de 109 milhões de dúzias, ocupando a décima posição no ranking nacional. A maior parte da produção está concentrada nas regiões oeste, sul e no Vale do Itajaí, que juntas representam 83% do volume estadual. O rebanho de aves de postura no estado é composto por aproximadamente 4,8 milhões de cabeças.

Posicionamento do Setor

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que a alta no preço dos ovos é uma situação sazonal, característica do período que antecede e ocorre durante a Quaresma. Segundo a entidade, após um longo período de preços baixos, a comercialização de ovos foi impulsionada pelo aumento da demanda nesta época do ano, quando ocorre a substituição do consumo de carne vermelha por proteínas mais acessíveis.

A ABPA também destacou que os custos de produção cresceram nos últimos oito meses, com aumento de 30% no preço do milho e mais de 100% nos custos de insumos para embalagens. Além disso, as temperaturas elevadas impactaram a produtividade das aves, reduzindo a oferta de produtos no mercado.

Apesar desses fatores, a entidade espera que o mercado se normalize até o final da Quaresma, com o retorno dos patamares habituais de consumo das diversas proteínas. A ABPA ressaltou que as exportações de ovos não têm impacto significativo na oferta interna, representando menos de 1% da produção nacional estimada em 59 bilhões de unidades para este ano. O consumo per capita no Brasil deve atingir 272 unidades anuais, superando em 40 unidades a média mundial de consumo. (Diário do Iguaçu)

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