Os impactos da onda de calor no varejo: como adaptar os negócios

Especialista explica como o varejo pode se preparar e minimizar as consequências desse fenômeno

Os últimos dias têm sido mais quentes do que o normal. O Brasil tem enfrentado ondas de calor cada vez mais intensas, e isso não afeta apenas nosso bem-estar físico, mas, também, impacta diretamente no varejo, especialmente, na rua.

Lojas que dependem de fluxo constante de clientes estão vendo mudanças no comportamento do consumidor, e setores mais sensíveis às altas temperaturas – como o de alimentação e produtos perecíveis – estão sentindo os efeitos com ainda mais força.

Mas, como o varejo pode se preparar e minimizar os impactos desse fenômeno?

Os negócios de rua, por exemplo, dependem do movimento natural de pedestres, do cliente que está a caminho do trabalho, que sai para almoçar ou que resolve fazer uma compra rápida. Com o calor extremo, o que acontece?

  • Menos circulação nas ruas – as pessoas evitam sair de casa ou do trabalho no horário mais quente do dia;
  • Mudança nos hábitos de compra – o foco passa a ser em produtos que trazem alívio para o calor, enquanto itens menos associados ao clima quente perdem apelo;
  • Aumento de custos operacionais – negócios precisam gastar mais com refrigeração, climatização e proteção de produtos sensíveis ao calor.

“E para alguns segmentos, por exemplo, o de bolos caseiros, o impacto pode ser ainda maior. Afinal, o calor excessivo pode afetar tanto o estoque e a conservação dos produtos quanto o desejo do consumidor por certos alimentos mais pesados ou calóricos”, ressalta Marcos Benutto, especialista em franquias e expansão de negócios.

O setor de bolos caseiros, que historicamente tem alta demanda para consumo familiar e coffee breaks, pode sofrer com alguns fatores durante ondas de calor, como menor consumo de bolos mais pesados, já que em dias muito quentes, há uma tendência de queda na procura por produtos como bolos de chocolate e massas mais densas; problemas com conservação, pois sem a refrigeração adequada, recheios e coberturas podem sofrer com alterações na textura e qualidade; e

mudança no local de consumo.

“Por outro lado, entender essas mudanças pode abrir oportunidades para reinventar o mix de produtos e se adaptar ao momento”, afirma Benutto.

Como o varejo pode se adaptar à onda de calor?

Diante desses desafios, a adaptação é a chave para manter o faturamento e continuar atendendo bem o consumidor. Marcos sugere algumas estratégias práticas para ajudar neste momento.

“Aposte em produtos mais leves e refrescantes, como em lojas de bolos, que podem ampliar o portfólio com opções mais leves, com bolos cítricos, gelados e versões com menos cobertura. Além disso, reforce a experiência do cliente no ponto de venda, com ambientes climatizados, oferecer espaços com sombra, ventilação ou até umidificadores para tornar a visita mais agradável. Também, é essencial aumentar a visibilidade do delivery, já que muitos clientes preferem comprar sem sair de casa. Ajuste os horários de funcionamento, considerando abrir ou fechar um pouco mais tarde, ou mais cedo. Por fim, faça uma comunicação estratégica e Marketing sazonal, criando campanhas que falem diretamente com o clima, como promoções “especiais para refrescar o dia”, embalagens que realcem o frescor dos produtos e conteúdos voltados para o consumo em altas temperaturas. Isso pode ser uma jogada inteligente”, orienta o especialista.

O futuro do varejo e as mudanças climáticas

Ondas de calor não são apenas um fenômeno passageiro – elas fazem parte de um cenário global de mudanças climáticas. Para o varejo, especialmente o varejo de rua, isso significa que será cada vez mais importante adaptar estruturas, revisar mix de produtos e inovar constantemente para atender a um consumidor que também está mudando seus hábitos de compra.

“Seja um pequeno comerciante ou um gestor de uma grande rede, a lição é clara: quem se adapta rápido, sai na frente”, finaliza Marcos Benutto.

Marcos Benutto

Especialista em franquias e expansão de negócios, com ampla experiência em gestão operacional no setor varejista, especificamente, alimentação, educação, saúde e bem-estar e bens de consumo. 

Liderou com sucesso equipes e gerenciou redes de lojas próprias e franquias de renomadas empresas como Óticas Carol e Cellep. 

Além disso, promoveu melhorias financeiras por meio de análises abrangentes de demonstrações financeiras, gerenciamento de grandes equipes, condução de análises de cenários, implementação de planos de ação e supervisão de esforços de trade marketing e visual merchandising. 

Marcos Benutto, especialista em franquias e expansão de negócios

Autor:

Rafael Vivian Gmeiner

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