Condomínio de Vitória proíbe brincadeiras com armas de gel em áreas comuns; entenda


Em comunicado aos moradores, residencial afirma que o objeto estaria colocando em risco crianças pequenas e deixando bagunça na área comum do condomínio. Arma de plástico com balas de gel
Sidney Euclides/TV Integração
O uso de armas de gel, produtos que simulam armas de fogo, foi proibido em um condomínio localizado na Enseada do Suá, bairro nobre de Vitória. Segundo a administração, a decisão foi tomada após reclamações de moradores sobre sujeira excessiva nas áreas comuns e preocupação com riscos à segurança das crianças.
No comunicado divulgado aos moradores no dia 6 de janeiro, a administração do residencial informou que a medida visa garantir a integridade física dos moradores e preservar o patrimônio.
“O condomínio tem recebido registros de ocorrências relacionadas ao uso do brinquedo, no tocante ao perigo de danos físicos em pessoas que não estejam brincando, como bebês que possam ingerir as bolinhas, ou ainda lesões nos olhos”, diz trecho da nota.
Trecho da circular de um condomínio de Vitória proibindo armas de gel
Reprodução
Outra parte do texto também fala de “sujidade” excessiva nas áreas comuns como justificativa para a medida.
O que diz a administração do condomínio?
A gerente da empresa responsável pela administração do condomínio disse ao g1 que muitos moradores fizeram reclamações a respeito da brincadeira.
“Pais de crianças pequenas ficaram com medo que elas pudessem se ferir com as bolinhas de gel. Além disso, muita bagunça era deixada”, disse a gerente, que não quis se identificar.
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No texto do comunicado a “sujidade” excessiva também é colocada como um dos motivos.
Segundo a gerente, a adoção da medida foi acompanhada pelo departamento jurídico da administração para fundamentar a proibição, mas não houve reclamações dos pais de crianças que têm arminha de gel.
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Produto ficou popular, mas não é um brinquedo
As armas de gel se tornaram populares entre crianças e adolescentes nos últimos meses, impulsionadas por vídeos divulgados em redes sociais. Os produtos são vendidos em diversos modelos, com preços que variam entre R$ 100 e R$ 800.
A comercialização desses produtos não é proibida, mas, segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), eles não são considerados brinquedos por não se enquadrarem na regulamentação destinada a produtos voltados para crianças menores de 14 anos, que consta na Portaria nº 302, de 2021.
Medida pode ser adotada em outros condomínios
Apesar da proibição pontual no condomínio da Enseada do Suá, o presidente do Sindicato Patronal de Condomínios e Empresas Administradoras de Condomínios do Estado do Espírito Santo (Sipces), Gedaias Costa, disse que a orientação é que os condomínios avaliem a situação particular de cada um e, se necessário, adotem regras.
“Entendo o apelo desses brinquedos entre os jovens, mas o uso deve ser supervisionado e restrito a locais adequados. O respeito às regras e ao espaço coletivo é fundamental para preservar a harmonia e a segurança no condomínio”, disse Gedaias.
Em nota, o Sipces afirmou que, “embora inicialmente pareçam inofensivos, o uso desse equipamento tem causado preocupação entre moradores e gestores condominiais, devido a incidentes envolvendo danos materiais, conflitos e questões de segurança”.
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