“Falta mão de obra no Brasil devido ao Bolsa Família”

O deputado Pauderney Avelino (União Brasil) afirmou nesta quinta-feira (20), em entrevista à CNN, que “está faltando mão de obra” no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o Bolsa Família tem maior adesão. O parlamentar defende que o programa de transferência de renda precisa passar por ajustes para incentivar a entrada dos beneficiários no mercado formal de trabalho.

Avelino é autor de um projeto de lei, protocolado ontem (19) na Câmara dos Deputados, que propõe um período de transição para os beneficiários do Bolsa Família que conseguirem um emprego formal.

“Esse projeto é um dos pilares de sustentação das pessoas vulneráveis que temos no nosso país. As pessoas estão se desinteressando em participar do trabalho formal, ou seja, está faltando mão de obra no Brasil em razão dessa rede de proteção social”, afirmou.

O deputado criticou a regra atual do governo, que reduz o benefício em 50% para quem entra no mercado de trabalho.

“O que nós propusemos, ao contrário do que o governo, em 2023, propôs essa regra de transição, em vez da pessoa beneficiária do Bolsa Família reduzir em 50% o benefício que ela recebia, nós estamos propondo que, no primeiro ano, essas pessoas possam receber a integralidade do Bolsa Família estando com a carteira assinada”, explicou.

A proposta também altera o critério de desligamento do programa. Hoje, o beneficiário perde o Bolsa Família se ultrapassar a renda mensal de R$ 218 por membro da família. O projeto de Avelino eleva esse limite para um salário mínimo per capita.

“No meu projeto, é um salário mínimo para que elas possam se desligar do Bolsa Família”, disse o deputado.

Atualmente, o Bolsa Família atende 20,56 milhões de famílias nos 5.570 municípios brasileiros. Em fevereiro de 2025, o valor médio do benefício foi de R$ 671,81. Segundo dados do governo, entre os beneficiários, 9,12 milhões são crianças de zero a seis anos, 12,3 milhões são crianças e adolescentes de sete a 16 anos incompletos e 2,6 milhões são adolescentes de 16 a 18 anos incompletos.

O deputado acredita que a proposta será bem recebida pelo governo federal e pretende discutir o tema com os ministérios do Trabalho e da Fazenda.

“Eu não tenho nenhuma dificuldade de conversar com os ministros do PT, para que a gente possa buscar o mais rápido possível. Esse é o tipo do projeto ganha, ganha, que ganha o setor, ganha o trabalhador, ganha inclusive as pessoas que estão com escassez de mão de obra e ganha o governo”, afirmou Avelino.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.