Após denúncia contra Bolsonaro, oposição e governo têm embate no plenário

Deputados da base governista e da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizaram um embate de “gritos de guerra” no plenário da Câmara dos Deputados. A tensão começou depois da divulgação da denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e mais 33 pessoas envolvidas no inquérito que apura o que seria uma tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022 –vencidas por Lula.

No momento da publicação da denúncia, o deputado Cabo Gilberto (PL-PB) usava a tribuna. Em seguida, o deputado Rogério Correia (PT-MG) se dirigiu ao parlatório e, ao final de sua fala, iniciou o coro de “vai ser preso”, que foi seguido pelos governistas.

A oposição, que estava em maior número e situada do lado oposto, abafou o coro com a frase “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”. Já os governistas reagiram com a declaração “sem anistia”, em referência ao projeto de lei que propõe o perdão aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.

DENÚNCIA

A denúncia foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no STF (Supremo Tribunal Federal), na noite desta 3ª feira (18.fev). Também foram denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, o general Braga Netto; e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Os denunciados por Gonet respondem pelos crimes de integrar organização criminosa, dano qualificado com violência e deteriorização contra o patrimônio. Com isso, Bolsonaro pode pegar até 14 anos de prisão.

Leia abaixo a pena determinada para cada crime:

  • integrar organização criminosa – 3 a 8 anos de prisão;
  • dano qualificado contra o patrimônio da União – 6 meses a 3 anos; e
  • deterioração de patrimônio tombado – 1 a 3 anos.

Diferentemente do que foi apontado pela PF no seu relatório, Gonet não atribiu a Bolsonaro os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão) e de tentativa de golpe de Estado (4 a 12 anos de prisão).

Agora, o Supremo decide se aceita a denúncia e torna réus os indicados pela PGR. Nesse caso, eles passariam a responder a uma ação penal na Corte.

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