Governo supera pressão pela Bahia e anuncia cúpula do Brics no Rio

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou neste sábado (15.fev.2025) que o Rio sediará, em 6 e 7 de julho, a cúpula do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa, em inglês). A decisão encerra uma indefinição no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que sofria pressão para levar o evento para a Bahia.

É um grande prazer estar hoje aqui com o prefeito Eduardo Paes e, mais uma vez, estreitar essa colaboração, essa parceria entre o governo federal e o Rio de Janeiro, na pessoa do prefeito, e o presidente me autorizou a anunciar que a reunião de chefes de Estado do Brics será no Rio de Janeiro, no mês de julho deste ano, no dia 6 e 7″, afirmou em vídeo publicado na conta de Instagram do prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Assista (2min18s):

Segundo Vieira, o Brics tem 20 integrantes que devem enviar seus chefes de Estado para a cúpula. São divididos em integrantes plenos e parceiros.

O bloco terá que decidir se dará continuidade ou não a ideia dos países participantes de substituir o dólar como moeda no comércio internacional entre si. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça taxar os produtos do Brics em 100% caso isso se concretize.

Bahia x Rio

A 5 meses do evento, o governo ainda analisava levar a cúpula para a Bahia, sob a influência do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Antes, era dado como certo que o encontro seria realizado no Rio de Janeiro.

Uma comitiva do Itamaraty e da Casa Civil foi até a Bahia para visitar resorts na Costa Verde do Estado e analisar a possibilidade do evento ser sediado na região.

A disputa entre cariocas e baianos atrasou a decisão de Lula sobre a sede da cúpula, o que preocupou a diplomacia brasileira. A avaliação era de que as comitivas dos países e dos convidados já precisariam saber a localização do evento para organizarem a vinda ao Brasil.

Em novembro de 2024, o Rio de Janeiro também sediou a reunião da cúpula do G20. O encontro, que durou 2 dias, reuniu os chefes de Estado das maiores economias do mundo e movimentou cerca de R$ 595,3 milhões na capital fluminense. 

Em outro movimento, Paes anunciou a nomeação de Elias Jabbour para a presidência do IPP (Instituto Pereira Passos) em dezembro de 2024. O órgão é responsável por realizar pesquisas, estudos e análises urbanísticas e socioeconômicas para o planejamento da cidade.

Com isso, Jabbour deixou a Diretoria de Pesquisas do NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), na China. Associado aos Brics, o banco é comandado pela ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT). A nomeação foi vista como uma estratégia do prefeito para estreitar laços com a entidade. A prefeitura busca captar recursos da organização para executar projetos de infraestrutura na cidade.

A prefeitura do Rio também fez um comitê específico sobre o encontro. A informação que circulava era de que, apesar de ainda não ter sido oficializada, a sede seria dos cariocas. Com o anúncio oficial, a promessa se cumpriu.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.