Veja a repercussão da morte do cineasta Cacá Diegues

Autoridades, artistas e instituições lamentaram em suas redes sociais a morte do cineasta Cacá Diegues, que morreu em decorrência de complicações em uma cirurgia na próstata, na madrugada desta 6ª feira (14.fev.2025), aos 84 anos. Cacá foi um dos fundadores do Cinema Novo e integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2018.

Em nota publicada no X (antigo Twitter), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou algumas das obras do cineasta, ressaltando que o diretor de grandes filmes nacionais como “Xica da Silva”, representou a luta do cinema brasileiro.

O cantor Gilberto Gil também lamentou a morte do cineasta em seu X. “Descanse em paz, grande amigo imortal Cacá Diegues”, escreveu. 

A autora Glória Perez, declarou em seu Instagram “Dia triste para o nosso cinema. Foi embora o Cacá Diegues. R.I.P. Cacá”.

A Academia Brasileira de Letras homenageou Diegues no Instagram, afirmando que a sua obra equilibrou a popularidade e a profundidade artística ao abordar temas sociais e culturais com sensibilidade.

Ele foi membro da instituição desde 2018,  Leia a íntegra:

“Lamentamos profundamente a morte do cineasta e Acadêmico Cacá Diegues, aos 84 anos. Ele nos deixou na madrugada desta quinta-feira (14), no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações durante uma cirurgia.

Membro da Academia Brasileira de Letras desde 2018, Diegues foi um dos grandes nomes do cinema nacional. Nascido em Maceió, ajudou a fundar o movimento Cinema Novo e construiu uma filmografia marcante, com clássicos como “Xica da Silva” (1976) e “Bye bye Brasil” (1980).

Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística ao abordar temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mas se manteve sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema.

A ABL expressa sua solidariedade à esposa, Renata Almeida Magalhães, e aos filhos. 🖤”

QUEM ERA CACÁ DIEGUES

Carlos José Fontes Diegues foi diretor, produtor e escritor. Foi um dos fundadores do Cinema Novo, ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. Integrou a Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2018.

Nascido em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL), mudou-se aos 6 anos para o Rio de Janeiro. Estudou no Colégio Santo Inácio e estudou Direito na PUC-Rio, onde presidiu o Diretório Estudantil e criou um cineclube ao lado de David Neves e Arnaldo Jabor.

No final dos anos 1950, tornou-se um dos fundadores do Cinema Novo, ao lado de nomes como Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos. Sua estreia em longas-metragens aconteceu em “Cinco Vezes Favela” (1961), dirigindo o episódio “Escola de Samba Alegria de Viver”.

Em 1963, dirigiu “Ganga Zumba”, 1º filme brasileiro com protagonistas negros. Durante a ditadura militar, após o AI-5, exilou-se na França e Itália com sua primeira esposa, a cantora Nara Leão.

Seu maior sucesso comercial veio com “Xica da Silva” (1976), visto por 3,2 milhões de espectadores. “Bye Bye Brasil” (1980) participou da mostra competitiva do Festival de Cannes, onde Diegues seria jurado em 1981.

Nos anos 1990, mesmo com a crise do cinema nacional, dirigiu “Tieta do Agreste” (1996) e “Deus é Brasileiro” (2003), este último visto por 1,6 milhão de pessoas. Seu último filme lançado foi “O Grande Circo Místico” (2018). Em 2023, completou as filmagens de “Deus ainda é brasileiro”, ainda inédito.

 

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