Dólar sobe para R$ 5,77 após anúncio de tarifas de Trump

O dólar comercial fechou aos R$ 5,77 nesta 5ª feira (13.fev.2025), com alta de 0,10%. A moeda dos Estados Unidos atingiu R$ 5,80 na máxima e R$ 5,76 na mínima.

Os investidores reagem às notícias internacionais e aos dados domésticos de atividade econômica. Nos Estados Unidos, o presidente do país, Donald Trump, anunciou tarifas recíprocas no comércio com os países.

Trump já havia assinado o aumento das cobranças sobre os produtos de aço e alumínio, inclusive para o Brasil. O Poder360 já mostrou que os Estados Unidos compraram US$ 6,37 bilhões destes produtos em 2024, o que representa 40,8% do total vendido pelo Brasil no mundo.

O Bradesco afirmou que o impacto potencial é de US$ 700 milhões, caso não haja retaliações do Brasil. Já o Ministério da Fazenda defendeu que o efeito será “limitado” nas exportações, porém, o setor de metalurgia terá impactos “relevantes” com as medidas.

“Se o saldo líquido das medidas de proteção tarifária levarem à alta na curva de juros americana e a maior inflação nos Estados Unidos, a perspectiva de flexibilização monetária e resiliência do crescimento global em 2024 tende a ser prejudicada, com potencial de afetar principalmente economias emergentes”, disse o Ministério da Fazenda.

Os agentes financeiros avaliam que os efeitos das medidas podem piorar a trajetória de alta da inflação. O Banco Central subiu a taxa básica, a Selic, para 13,25% ao ano em janeiro. Sinalizou que irá elevar para 14,25% ao ano em março. O juro base está há 3 anos acima de 10% e, segundo as projeções dos agentes financeiros, atingirá o patamar de 15% neste ano, o maior nível desde 2006.

A Selic elevada serve para controlar a taxa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que está em 4,56% no acumulado de 12 meses. A inflação do Brasil está acima da meta de 3% e além do teto (4,5%) permitido. O Banco Central disse que deverá descumprir a meta de inflação em junho.

ATIVIDADE ECONÔMICA

Os investidores também reagem aos dados do comércio nesta 5ª feira (13.fev). As vendas tiveram alta de 4,7% em 2024, o maior crescimento em 12 anos.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse na 4ª feira (12.fev) que as atenções da autoridade monetária e dos agentes financeiros se voltarão para os dados de atividade econômica. O Copom (Comitê de Política Monetária) irá avaliar o desempenho dos indicadores até março, na próxima reunião, para decidir se haverá novas altas da Selic.

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