Associação Brasileira do Alumínio critica taxação de Trump

A Abal (Associação Brasileira do Alumínio) manifestou nesta 3ª feira (11.fev.2025) preocupação com a taxação de 25% sobre a importação de aço e alumínio pelos EUA. A decisão foi anunciada por Donald Trump na última 2ª feira (10.fev.2025)  e, segundo a associação, terá impacto direto na exportação brasileira, já que o país norte-americano é o 2ª principal destino do alumínio produzido no Brasil. Os EUA também são os maiores compradores de ferro e aço brasileiros. 

“Os efeitos imediatos para o Brasil serão sentidos primeiramente nas exportações e na
dificuldade de acesso dos produtos brasileiros a esse mercado. Apesar de os produtos de
alumínio brasileiros terem plena condição de competir em mercados altamente exigentes como o americano, seja pelo aspecto da qualidade ou da sustentabilidade, nossos produtos se tornarão significativamente menos atrativos comercialmente devido à nova sobretaxa”, diz a nota. Leia a íntegra (PDF – 158 kB).

 

O Brasil exportou US$ 15,6 bilhões em ferro, aço e alumínio em 2024. Do total, 40,8% foram para os Estados Unidos.

Juntando os produtos de ferro, aço e alumínio, o país exportou US$ 6,37 bilhões em 2024 ao país norte-americano. O levantamento foi feito pelo Poder360 com base no Comex Stat, que tem dados oficiais da balança comercial divulgada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Este jornal digital considerou os códigos 72,73 e 76, que são “ferro fundido, ferro e aço”, “obras de ferro fundido, ferro ou aço” e “alumínio e suas obras”.

A Associação também manifestou preocupação com o mercado interno de alumínio. Para a Abal, empresas de outros países poderão evitar a exportação aos EUA e buscar novos mercados, o que resultaria em uma “concorrência desleal”.

Produtos de outras origens que perderem acesso ao mercado americano buscarão novos destinos, incluindo o Brasil, podendo gerar uma saturação do mercado interno de produtos a preços desleais“, afirmou a Abal.

A medida de Donald Trump não é inédita, mas desta vez não exclui o Brasil da taxação. Durante o seu 1º mandato, em 2018,  Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu quotas de isenção a vários parceiros comerciais, incluindo Canadá, México e Brasil. Em 2020, a situação se repetiu.

A Abal representa empresas produtoras de alumínio primário e empresas transformadoras do metal. A associação atua na defesa dos interesses do setor junto aos órgãos governamentais. 

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