Menino que caiu de varanda e ficou com hastes de ferro na barriga está estável

O menino Benjamin Carvalho Pereira, de 8 anos, que caiu em uma cerca pontiaguda e teve o abdômen perfurado, apresentou melhoras no quadro de saúde. Ele segue internado na UTI do hospital Seara do Bem, em Lages, mas já saiu do coma e respira sem ajuda de aparelhos.

Segundo familiares, Benjamin já conversa com os pais, porém o quadro ainda é considerado grave pelos médicos.

O menino teve que retirar um rim e parte do intestino devido às lesões causados pelas hastes de ferro que ficaram cravadas no seu corpo.

A tia e madrinha de Benjamin, Mariele Martins, disse que a família está vibrando com cada evolução do menino. “Depois de ver meu afilhado naquela situação preso na cerca e tudo o que passamos desde então, cada notícia positiva que vem de Lages é uma benção”, disse.

De acordo com Mariele, os médicos ainda adotam cautela devido à retirada de um dos rins e também o risco de infecção. “Ele segue se alimentando com sonda e com bolsa de colostomia, mas estamos confiantes que ele vai se recuperar cada dia mais e logo vai para o quarto”, acrescentou a madrinha do menino.

Família agradece ajuda da comunidade

Desde a tarde de quinta-feira, 6, quando ocorreu o acidente, a família de Benjamin viu surgir uma mobilização enorme de pessoas querendo ajudar. Além da corrente de orações, também houve uma força tarefa para doação de sangue.

No sábado, a Prefeitura de Caçador disponibilizou uma van com 20 lugares para levar doadores até o Hemosc em Joaçaba. Na segunda-feira, 10, um micro ônibus levará 30 novos doadores. O sangue de Benjamin é O+.

Outra ajuda que a família recebeu foi através de doações em dinheiro. Os pais precisaram parar de trabalhar para acompanhar Benjamin em Lages e os demais filhos ficaram na casa de parentes em Caçador. A família pediu para não receber valores via PIX devido a questões bancárias.

Já as doações de mantimentos foram concentradas no trailer de lanche da família (Lanches Martins), localizado na rua Domingos Sorgatto. Foram arrecadados principalmente produtos de higiene e fraldas.

No sábado, 8, o Lions Clube Caçador realizou um pedágio solidário para arrecadar valores em dinheiro que serão posteriormente repassados para a família.

O acidente

No início da tarde de quinta-feira, 6, o menino sofreu ferimentos graves após cair do segundo andar de uma residência e ficar preso em uma cerca com pontas de lança no bairro Berger, em Caçador. A criança teve a região abdominal perfurada por três lanças da grade e precisou ser resgatada com o uso de equipamentos especializados.

Equipes do Corpo de Bombeiros Voluntários e do SAMU foram acionadas imediatamente para realizar o resgate. Devido à gravidade dos ferimentos, que resultaram em perfurações de órgãos internos, a Polícia Militar mobilizou batedores para garantir um deslocamento rápido e seguro até o hospital.

Dinâmica do acidente e resgate

Segundo o bombeiro Giancarlo de Oliveira, a criança estava brincando quando perdeu o equilíbrio e caiu da varanda do segundo andar da residência. Durante a queda, ficou presa na parte superior da cerca, que tem formato pontiagudo semelhante a lanças. “Foi uma situação extremamente delicada. Três lanças da cerca perfuraram a região abdominal da criança, e o resgate precisou ser realizado com máxima cautela. Um popular que presenciou a cena auxiliou a equipe segurando a o menino para evitar movimentos bruscos”, relatou o bombeiro.

O corte da cerca foi feito de maneira técnica para garantir que a remoção da criança ocorresse com segurança. O menino foi levado ao hospital com as hastes ainda presas no corpo. “Se o objeto fosse retirado abruptamente, poderia causar hemorragia severa. Por isso, a recomendação em casos assim é cortar a ferragem e encaminhar o paciente ao hospital com o material ainda fixado ao corpo”, explicou Jean Carlo.

Transporte e atendimento médico

A criança foi encaminhada ao hospital com o pedaço da cerca ainda fixado na região abdominal. O deslocamento foi realizado com o apoio de batedores da Polícia Militar, garantindo um trajeto rápido e estável, sem freadas bruscas ou desvios que pudessem agravar o quadro da vítima. No hospital, uma equipe médica especializada já aguardava para realizar os procedimentos necessários. A remoção da ferragem exigiu uma cirurgia delicada devido à proximidade com órgãos internos.

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