Governo brasileiro aguarda anúncio oficial de Trump para se manifestar sobre tarifas

Presidente dos Estados Unidos disse neste domingo que anunciará amanhã cobrança de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, o que pode afetar produtos brasileiros. Lula diz que haverá reciprocidade se Trump aumentar as taxas sobre produtos brasileiros
O governo brasileiro decidiu que não vai se pronunciar até o anúncio oficial das medidas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem afetar as exportações brasileiras para aquele país.
Trump disse neste domingo (9) que vai anunciar nesta segunda-feira tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio.
Em 2023, os EUA responderam por 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço. Naquele ano, o Brasil foi o terceiro maior fornecedor de aço para os EUA, segundo dados do Departamento de Comércio americano, atrás de Canadá e México.
Os ministérios da Fazenda, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) por ora não vão se manifestar.
Segundo o secretário de imprensa da Presidência da República, Laércio Portela, essa é a posição do governo até o anúncio formal de Trump.
Vale lembrar, contudo, a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de janeiro, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. O presidente declarou que “haverá reciprocidade” caso sejam impostas tarifas aos produtos brasileiros.
“É muito simples. Se ele [Trump] taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade. Veja, eu já governei o Brasil com o presidente republicano, já governei com o presidente democrata, e a minha relação é sempre a mesma. A minha relação é uma relação de um estado soberano com um estado soberano”, disse Lula na ocasião.
Desde que assumiu o seu segundo mandato, em janeiro, Trump já criou tarifas para produtos do Canadá, do México e da China, os três principais parceiros comerciais dos EUA. A imposição de taxas contra importados já fazia parte do discurso do republicano desde a sua campanha.
Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e um adicional de 10% àquelas já em vigor sobre produtos chineses. Do total de US$ 3,2 trilhões importados em 2024, esses três países representaram mais de 40% das compras dos EUA.
México e Canadá anunciaram acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês. A China, por sua vez, dobrou a aposta e anunciou taxas de 10% a 15% contra os norte-americanos. Com receio de ser os próximos, representantes da União Europeia chamaram Trump para conversas.
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