Bobsled brasileiro tem Bindilatti de volta e trenó novo para 2026

Edson Bindilatti já é um nome histórico para os esportes de inverno do Brasil. Com cinco participações olímpicas no currículo, ele esteve presente todas as vezes em que o país teve um trenó na disputa do bobsled em Jogos Olímpicos de Inverno. Se em 2002 e 2006 ele foi como um dos componentes da equipe, a partir de 2014 ele virou o piloto do Brasil. E voltou da aposentadoria para ajudar o time brasileiro a conseguir seu melhor resultado na próxima Olimpíada daqui um ano.

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Mudança no regulamento força o retorno

Em Beijing-2022, o Brasil conseguiu o seu melhor resultado da história no four-man, o trenó para quatro pessoas. Edson Bindilatti, Edson Martins, Rafael Souza e Erick Vianna classificaram o país pela primeira vez para a descida final em uma Olimpíada, terminando em 20º lugar. Na ocasião, Edson havia anunciado que essa era sua última participação e que ia focar em formar os seus sucessores. Mas uma mudança nos critérios de classificação olímpica do bobsled fez com que ele voltasse para ajudar o país a se classficiar.

No bobsled masculino existem duas provas, o two-man e o four-man. A diferença é o tamanho de trenó e a quantidade de pessoas dentro dele: duas ou quatro. Gustavo Ferreira, hoje segundo piloto do Brasil, teria condições de se classificar no two-man no ciclo olímpico passado. Mas agora, a classificação das duas provas é de forma conjunta. E como Gustavo ainda tem pouca experiência com o trenó maior, Edson voltou para ajudar o Brasil na busca pela vaga olímpica. “A Confederação perguntou se eu poderia voltar porque eles tinham medo de a gente não qualificar nenhum time para os Jogos Olímpicos No bobsled, porque os atletas ainda estavam em desenvolvimento E eu falei com minha esposa na época e ela só disse: Você está bem? Tá, tá com vontade? Então vai”, contou Bindilatti ao Olimpíada Todo Dia.

Processo de transição

Assim, esse ciclo olímpico virou o mais diferente da carreira de Edson Bindilatti. Além de pilotar o trenó brasileiro, ele também tem trabalhado no desenvolvimento de novos pilotos para o Brasil. Em janeiro do ano passado, Edson foi para a Coreia do Sul acompanhar os atletas brasileiros do bobsled nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. “Para mim é um grande prazer estar ajudando essa nova geração, porque eu sempre tive a humildade de entender que eles não são meus adversários. A gente está competindo junto, mas eu quero que eles evoluam, eu quero que eles ganhem de mim, porque é isso que a gente quer ver: o esporte sempre em evolução”, afirmou Bindilatti.

E nesta temporada, ele tem trabalhado ao lado de Gustavo Ferreira, que deve ser o principal piloto do Brasil para 2030.  “Os atletas vêm evoluindo de uma forma bem interessante. Principalmente o Gustavo, que é o nosso atual segundo piloto. Então ele desce a pista comigo e às vezes com o treinador. E o legal é que a gente consegue explicar do nosso jeito e ele entende melhor porque às vezes no inglês, passa alguma coisa batida. E como a gente já tem uma experiência, então a gente já vai no ponto que ele possa entender de uma forma mais real”, explicou o piloto e treinador.

Tricampeonato na América do Norte

O bobsled brasileiro está em franca evolução nesta temporada. Enquanto Gustavo Ferreira vai ganhando experiência no four-man e melhorando seus resultados no two-man, Edson Bindilatti segue pilotando em alto nível. Recentemente, ele ganhou seu terceiro título seguido de campeão geral da Copa América da modalidade, um circuito do segundo escalão do bobsled internacional, mas que conta com vários atletas que devem ir para os Jogos Olímpicos de 2026. Foram sete pódios em oito etapas.

“Cara, essa temporada foi sensacional porque tivemos resultados que nem a gente esperava, principalmente no two-man. O four-man é a nossa força mesmo. E os times aqui fora estão impressionados, principalmente com a nossa largada. Porque eu por exemplo estou com 45 anos e a gente está sempre entre os três melhores. E isso não é muito sobre idade, é sobre o trabalho em equipe porque temos um trabalho muito sincronizado”, explicou Edson sobre um dos pontos fortes do bosbled brasileiro que já chegou a ganhar medalha no Mundial de Push.

Atualmente, a seleção brasileira de bobsled segue em Lake Placid, nos Estados Unidos treinando para o Campeonato Mundial, que acontece em março. A expectativa é para um bom resultado, já que a competição será na pista que é a casa do bobsled brasileiro há mais de 20 anos e que Edson conhece bem.

Novo trenó

Na “Fórmula 1 do Gelo”, os equipamentos fazem a diferença, como no automobilismo. E por isso o Brasil investiu em um trenó novo para os Jogos Olímpicos de Inverno. Ele já está com a equipe brasileira em Lake Placid e deve estrear no Campeonato Mundial em março. “O nosso trenó atingo era de 2013. Ele era bom, tanto que fomos campeões da Copa América com ele. Mas como ele era mais velho, algumas peças já não encaixavam do jeito certo. A tecnolodia dele também estava defasada, em relação à aerodinâmica. E ter um trenó novo faz toda a diferença, para poder competir com ele todo alinhado. Ele tem mais espaço para encaixar os atletas também”, explicou Bindilatti.

Além do novo trenó do four-man, o Brasil também adquiriu lâminas novas para esse trenó, de uma empresa que fabrica as lâminas para as seleções da Alemanha e da Grã-Bretanha, duas potências da modalidade. Também existe a possibilidade do Brasil adquirir um novo trenó para o two-man, mas a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo ainda tenta os recursos para realizar a compra.

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